Esse é um desafio para muitos profissionais: aprender a lidar com pessoas difíceis no trabalho. Quantas vezes nos deparamos com situações de exposição, desgaste e conflitos quando tudo parecia tão simples de ser resolvido? E você fica horas, ou dias quem sabe, remoendo: por que me ofenderam? Por que me machucaram?
Aprendi que cada ser humano tem uma intenção positiva escondida dentro de si para cada ato que faz. Esse conceito da intenção positiva me leva a acessar um estado de perdão, de amor próprio e de cura que transcende a falha cometida. Tento extrair das situações mais difíceis um resultado positivo do que aparentemente só era negativo.
Saber que existem ferramentas cognitivas que nos permitem tratar essas situações é libertador, pois descobrimos que apesar de ESTARMOS magoados e ofendidos, não SEREMOS magoados e ofendidos a vida toda. Estar é temporário, passa e pode trazer mudanças positivas, além de amadurecimento profissional e pessoal.
Quando decidimos ressignificar esses sentimentos, não deixamos que eles criem raízes e se espalhem dentro de nós, levando-nos a ver maldade em todos os atos e até a formular vinganças. A maldade é a compensação à ausência de algo que se perdeu e não volta mais. Ficou enraizada na pessoa, gerando às vezes mau humor, tristeza, raiva, frustração, etc., e agora ela descarrega em seu ambiente profissional.
Há pessoas tão ressentidas que precisam assistir outros se darem mal, para que elas tenham a ilusão de que estão corretas em serem assim. Concordo que o ódio nasce, cresce e se instala em casos de profunda humilhação, e com ele uma roda-viva movida por esse sentimento vai tomando força até o ponto de não se conseguir mais vencer o estado temporário por conta própria e começar a SER um profissional magoado e ofendido.
Infelizmente, quando não conseguimos perdoar, é porque nos sentimos inferiores a quem nos desprezou ou maltratou. Ao sentir-se inferior a quem nos feriu, seus atos seguintes serão definidos por esse sentimento e não mais por você. Então, ao se deparar com pessoas difíceis, recomendo que você respire fundo e decida quem é o senhor das suas ações. Decida agir segundo o princípio da intenção positiva e ressignifique essa atitude. Não reaja sem pensar.
Entender e fazer o que expliquei anteriormente requer humildade antes de mais nada, mas também é sinal de maturidade. Profissionais arrogantes, preguiçosos, avarentos, impulsivos, autoritários, dissimulados, compulsivos, invejosos, inseguros, egoístas estão em toda parte e você precisa identificá-los e aprender a lidar com cada um.
Nesse processo de aprendizado, você terá de ser compreensivo sem ser passivo. Perdoar e ter compaixão sem virar capacho. Coloque-se em estado de ação e não reação, traçando objetivos de como agir por você e não pelos sentimentos gerados. Quando se sentir pronta e isenta de sentimentos, converse com o profissional em um feedback que foque o ato em si. Indique caminhos de melhoria e desenvolvimento.
Lembre-se que não podemos mudar os outros, mas podemos mudar a forma como os encaramos. Isso porque todos nós somos falhos e nosso comportamento pode também ser difícil para o outro. É impressionante que na convivência com profissionais difíceis possamos descobrir que também éramos profissionais difíceis. Seja feliz! Seja descomplicado! Seja positivo!