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Escolha: liberdade ou castigo?

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“Mais do que balanço, é preciso rever os valores, pensar naquilo que é a sua razão para viver”, diz Vitorino

Sempre que nos aproximamos de uma mudança anual de calendário a sociedade em geral fica mais reflexiva a respeito do propósito de vida. É comum dedicar tempo para realizar um balanço das conquistas e derrotas. Sendo este placar mais vantajoso para as conquistas considera-se que foi um ano bom. Mas o que acontece senão o ser humano, como expectador da sua própria vida, que ao assentar-se na “poltrona da reflexão” assiste à sua própria história. E em muitos casos faltam recursos para avaliar qual é o gênero da história, romance? Drama? Terror? Ficção? Aventura? Comédia?

Uma das principais características que evidenciam a nossa inteligência é a capacidade de realizar escolhas. Um animal irracional vive pelo instinto, suas escolhas não são fruto de uma análise de valor. O ser humano decide ou deveria decidir a partir da uma cadeia de valores. Isso será bom ou ruim? O que ganho com isso, ou que, se beneficiará com isso? A partir do juízo de valores decidimos o que pensamos ser o melhor. Ninguém decide convencido de que a sua escolha é ruim. Quando isso acontece, não é escolha, é falta de opção.

Estou convencido de que a maioria das pessoas que falam “Saudades de quando era criança…” fazem menção não à qualidade da sua infância, mas ao nível de felicidade ao não terem tanta liberdade de escolha como na fase adulta. Isso mesmo, a quantidade de escolhas que uma criança precisa fazer não se compara com as centenas de escolhas que um adulto faz por dia. Enquanto a geração de nossos avós e pais lutava por liberdade de escolha, a nossa geração sucumbe em meio à tanta liberdade.

Muitos adultos de hoje não foram treinados para tomarem as melhores decisões. Faltam parâmetros do que é bom, do que é certo, do que é melhor, faltam valores. Ou seja, decidir é uma tarefa árdua e penosa. Somos hoje a sucessão de escolhas feitas no passado.

O terror mais intenso, podendo ser ainda um drama, é aquela história cujo protagonista abre mão da escolha do papel e da sua fala, acabando por fim com um figurante da história da sua própria vida.

Mais do que balanço, é preciso rever os valores, pensar naquilo que é a sua razão para viver. A sua razão para viver é aquilo que preenche o seu vazio e traz o sentimento de plenitude e satisfação, o que chamamos de felicidade. Sempre conscientes de que esta, não é uma constante, e sim momentos que aparecem ao longo da vida como consequências das escolhas certas.

E na história da vida, muitas pessoas passam por ela, tentando replicar a felicidade encontrada na história de terceiros. A melhor notícia que posso lhe dar é que a Felicidade não é um padrão. Não tem receita. Cada um tem a sua, de um jeito específico e diferente. O que me faz feliz certamente não é a mesma coisa que faz você feliz. É oportuno o período de final de ano separar um tempo para pensar em você. E se gostar, dedique mais tempo ao longo do próximo ano. Não dá para viver uma personagem quando a história é a própria vida. Aí, precisamos ser diretores. Precisamos buscar no fundo da nossa alma aquilo que nos faz sentir mais vivos e sentir que viver vale a pena.

Quero lhe encorajar a pensar no que você pode fazer por você para ser melhor em 2015. É preciso viver, é preciso fazer escolhas, é preciso valer a pena estar aqui nesta jornada.

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