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Tradutores X Intérpretes: Qual a diferença?

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Usados muitas vezes para definir funções parecidas, tradutores e intérpretes se diferem bastante| Foto: Flickr

 

O aumento do número de eventos no Brasil e o crescimento dos investimentos no país fizeram aumentar as oportunidades de trabalho para tradutores e intérpretes. A expressão “tradutor e intérprete” é usada com frequência e dá a impressão de que a mesma pessoa desenvolve as duas atividades, porém, em linhas gerais, o tradutor se atém a documentos escritos, ao passo que o intérprete executa traduções faladas. Apesar de a formação educacional básica ser a mesma, as rotinas de trabalho desses dois profissionais podem ser bem diferentes.

O trabalho do tradutor não precisa de muito contato com outras pessoas e pode ser executado em um escritório ou em sua própria casa. Para ser um bom tradutor, é necessário muita competência em vocabulário, gramática e expressões coloquiais do português e outras línguas. Além disso, é importante ter familiaridade com novas tecnologias, já que o seu trabalho é essencialmente no computador. É desejável o domínio de ferramentas de edição de textos e o conhecimento de programas que facilitam o trabalho por meio de glossários, memória de textos traduzidos e contagem de palavras, para citar alguns. Entre as áreas de atuação,estão o mercado corporativo, a indústria cinematográfica, o ramo literário e editorial. Tem ainda o tradutor juramentado, aprovado em concurso público realizado pela junta comercial de um estado. Ele é o único habilitado a traduzir documentos oficiais, que exigem fé pública, como, por exemplo, contratos, depoimentos jurídicos, diplomas, históricos escolares e certidões.

O intérprete precisa gostar de se comunicar e interagir com outras pessoas e estar preparado para atuar sob pressão e para falar em público, situação que pode ocorrer em qualquer evento, seu local de trabalho. A tradução falada exige um alto nível de concentração, para que seja possível ouvir, compreender e traduzir rapidamente ao mesmo tempo. Também é bom que o intérprete saiba reagir pronta e serenamente a uma mudança de situação. Os intérpretes trabalham para uma gama muito variada de clientes e públicos, o que exige muita versatilidade e constante atualização dos acontecimentos no plano nacional e internacional. Devido ao alto grau de especificidade de algumas matérias, são demandadas horas de estudo e preparo.

Há basicamente duas modalidades de tradução oral: a simultânea e a consecutiva. A Tradução Simultânea é o ato de traduzir oralmente, como o próprio nome diz, ao mesmo tempo, a fala do orador para a língua dos ouvintes. Este modo de interpretação é o mais usado em grandes eventos. Na modalidade consecutiva, o intérprete situa-se próximo aos palestrantes para ver e ouvir perfeitamente o que se passa ao seu redor. Enquanto um orador fala, o intérprete toma notas para, em intervalos curtos, fazer a tradução para outro idioma. Este tipo é recomendado apenas para reuniões de curta duração, podendo ainda ser útil em visitas a fábricas e escritórios,eventos que devem conter uma quantidade pequena de participantes.

Muitas pessoas, principalmente aquelas que falam inglês, têm a falsa impressão de que ser tradutor e intérprete é muito fácil e simples, mas o fato de saber inglês muito bem não é o suficiente para ser um profissional da área. Há muitas dificuldades nesta profissão, e, para exercê-la com confiança e dignidade, uma especialização é essencial. Existem diversos tipos de curso, desde os de formação universitária até os cursos livres, para prática e aperfeiçoamento, oferecidos por tradutores e intérpretes reconhecidos. Por não ser uma profissão regulamentada pelo Ministério do Trabalho, qualquer pessoa que se considere capaz e preparada, em tese, pode realizá-la, mas, embora não haja a exigência da formação, não há dúvida de que se faz necessário muito estudo para o bom desempenho do profissional dessa área, e é imprescindível manter o foco especialmente no estudo de línguas. Não há, infelizmente, um passo a passo para a inserção neste segmento, mas há elementos comuns para qualquer profissional bem-sucedido. Praticamente sem exceções, encontramos dedicação e paixão pelo que se faz, disciplina e empenho constantes e, sobretudo, talento.

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