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O adolescente, seu ego e instâncias sociais

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De acordo com Winnicott, o ser humano precisa, desde os primórdios, receber cuidados e proteção para se constituir e alcançar sua integração. Por conseguinte, as instâncias sociais são responsáveis por garantir cuidado e limite para as crianças, experiências que se iniciam no relacionamento mãe e bebê, e que se estendem para círculos cada vez mais amplos: do núcleo familiar para os parentes, à escola e à sociedade.

A família é importante no amadurecimento do indivíduo, pois ela é o primeiro grupo da sociedade na qual a criança é inserida, estando mais próximo da unidade da personalidade. Por isso, a família, em condições de força, é o vínculo mais forte com o qual cada pessoa começa sua vida, dentro de espaço e tempo determinados. Dessa maneira, a criança e o adolescente precisam, por parte dos pais, de um ambiente acolhedor e protetor, que garanta o processo de integração, base de uma relação de confiança entre o sujeito e o mundo.

Desse modo, portanto, podemos dizer que a família possui especificidades que a difere de qualquer outra instituição: os primeiros vínculos simbólicos e sociais da criança se fazem na família em que é acolhida. A família tem papel imprescindível na constituição do indivíduo, e na adolescência continua a ser importante como apoio desse processo.

Vemos que na longa jornada de separar-se dos pais para estabelecer-se como indivíduo, é comum verificar no comportamento do adolescente necessidades que incluem a dependência em direção a independência, isto é, movimentos de aproximação e afastamento. Nesse movimento, o adolescente rompe com o círculo de segurança que é a família, mas, ao sair desse círculo, torna-se necessário que exista outro mais amplo para acolhê-lo, ou seja, a sociedade. Além disso, é preciso que a família se mantenha presente e estável para que o adolescente possa voltar em sua necessidade possa voltar em sua necessidade de dependência.

Tudo isso se refere à necessidade do adolescente de ampliar seu círculo e contato social. Porém, a diferença baseia-se na possibilidade de, ao aventurar-se, poder voltar para casa. Apesar da rebeldia inerente de ir embora, essa necessidade de retorno apoia-se na confiabilidade no ambiente, que se conserva durante toda a vida.

É por meio dessa experiência que o adolescente tem possibilidade de crescer e de existir, pois é muito difícil para ele elaborar seus conflitos internos sem a ajuda dos pais.

O ambiente deve ser firme e regido por uma atmosfera de confiança e compreensão para proporcionar o contínuo desenvolvimento da personalidade do adolescente que, nesse processo, busca ser ele mesmo e se preparar para a vida adulta.

É essencial que esse período seja vivido efetivamente, por caracterizar uma fase de descoberta pessoal, sendo necessário permitir que o adolescente seja capaz de amadurecer no seu tempo, impulsionado por suas tendências de crescimento. Isso certamente demandará tolerância e cuidado por parte dos pais e da sociedade, para resultar em adultos fortes, maduros e confiantes.

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