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O vinho, a pandemia e a ciência

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“Agindo em conjunto, se age verdadeiramente!”

“En agissant ensemble, on agit vraiment!”

Autor Desconhecido

A frase escolhida para começar essa coluna é uma lição para todos os dias. Estamos passando por uma pandemia, algo que nossa geração nunca havia passado. As recomendações são: se puder, fique em casa; use máscara; pratique distanciamento social; lave as mãos, etc. Fazendo nossa parte, cuidamos de nós e do próximo.

Por isso, vamos falar hoje sobre degustação de vinhos. Porque o vinho aquece a alma e nos ajuda a passar mais facilmente por momentos difíceis. Não à toa, o vinho foi escolhido pela Forbes como a bebida da quarentena. As medidas de distanciamento social contribuíram para o crescimento de seu consumo. Enquanto diversos setores da indústria têm sofrido com a pandemia, o consumo de vinhos no Brasil cresceu em relação ao mesmo período do ano passado. O mesmo ocorreu em outros países. Algumas vinícolas do Brasil começaram fazer venda direta ao consumidor, tão grande tem sido a demanda. Com todos em casa, os jantares em família contribuíram para esse aumento.

Interessante é saber que as videiras, assim como nós, também estão sujeitas a várias doenças. Incluo aí as guerras. No fim do século XIX, a indústria vinícola sofreu com diversas “pragas”. Os escargos, a podridão, o milido e até o oídio (um cogumelo conhecido por cinza ou mufeta, causado pelo fungo Uncinula necator, que pode atacar todos os órgãos verdes da planta como brotos, folhas e cachos de uvas). Porém, nenhuma delas foi tão devastadora para os vinhedos quanto a Phylloxera Vastatrix, mais conhecida por Filoxera, um inseto que, embora pequeno, causou devastações em série na indústria vinícola nessa época. Ela foi atacando as raízes das vinhas, matando os vinhedos, primeiro na Inglaterra e no sul da França, depois no Vale do Rhône e em Bordeaux, até reduzir a produção francesa à quase metade na década de 1880. Da França passou para Espanha, Itália, Portugal e Grécia, onde em função dos custos muitos vinhedos não foram replantados. Ainda hoje, a única defesa contra a filoxera é a “enxertia”, que consiste em enxertar as vinhas europeias nas raízes das videiras americanas, que são mais resistentes.

Ou seja, grande parte dos vinhos que degustamos não são de videiras de “pé franco”, com exceção dos vinhos chilenos. Graças ao seu isolamento, de um lado os Andes e de outro o deserto de Atacama, o Chile nunca foi afetado pela filoxera. Suas videiras de pé franco são orgulho da viticultura. Com isso, é importante sabermos que cientistas e pesquisadores foram e ainda são essenciais para termos vinho. A primeira tarefa dos químicos foi lutar contra doenças fúngicas. Por meio de tratamentos eficazes, os pesquisadores melhoraram a quantidade e a qualidade das videiras. As vinhas antigas tinham rendimentos muito baixos em comparação com as de hoje, mas por meio de tratamentos adequados, eles conseguiram aumentar a produção por hectare.

Salve a ciência e o vinho para os momentos difíceis!

Cuidem-se!

*Fontes de pesquisa: Larousse des Vins Tous les vins du Monde
Embrapa

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