A ideia de que “cada criança tem seu tempo” é frequentemente usada para justificar a ausência de intervenção precoce em casos de suspeita de atraso no desenvolvimento infantil. Embora seja verdade que cada criança se desenvolve em seu próprio ritmo, existe um período crucial nos primeiros anos de vida onde a neuroplasticidade, a capacidade do cérebro de se reorganizar e formar novas conexões, é altíssima. É nesse período que a intervenção precoce se mostra mais eficaz. Aguardar passivamente que a criança “alcance seus pares” pode significar a perda de uma janela de oportunidade irrecuperável.
O mito do “Tempo Próprio”
A crença de que cada criança tem seu próprio tempo pode levar a uma atitude de espera e observação que, em alguns casos, pode ser prejudicial. Enquanto pequenas variações no desenvolvimento são normais, atrasos significativos podem indicar a necessidade de intervenção. A ideia do “tempo próprio” não deve ser usada para minimizar ou ignorar sinais de alerta.
A importância da intervenção precoce
A intervenção precoce consiste em um conjunto de ações que visam estimular o desenvolvimento de crianças com atrasos ou em risco de desenvolvê-los. Quanto mais cedo a intervenção for iniciada, maiores as chances de sucesso. Isso ocorre porque, nos primeiros anos de vida, o cérebro está em constante desenvolvimento e possui uma grande capacidade de adaptação.
Benefícios da intervenção precoce
– Maximiza o potencial da criança
– Minimiza atrasos
– Promove a inclusão
– Apoio a família
Quando buscar ajuda?
É fundamental que pais e cuidadores estejam atentos aos marcos do desenvolvimento infantil. Se houver suspeita de atraso, é importante procurar ajuda profissional o mais breve possível.
Alguns sinais de alerta incluem atraso na fala e linguagem: a criança não balbucia, não aponta, não fala palavras simples na idade esperada.
*Dificuldades motoras: a criança apresenta dificuldades para sentar, engatinhar, andar ou manipular objetos.
*Problemas de interação social: a criança não demonstra interesse em outras pessoas, não faz contato visual, não responde ao seu nome.
*Comportamentos repetitivos ou incomuns: a criança apresenta movimentos repetitivos, apego excessivo a objetos ou resistência a mudanças na rotina.
Tipos de intervenção
A intervenção precoce pode envolver diferentes abordagens, dependendo das necessidades da criança. Algumas opções incluem:
*Fonoaudiologia: para dificuldades na fala, linguagem e Transtornos do Neurodesenvolvimento.
*Terapia ocupacional: para dificuldades motoras e sensoriais.
*Ortopedista infantil: para dificuldades motoras e posturais.
*Psicologia e Neuropediatra: para dificuldades emocionais e comportamentais.
*Nutricionista infantil: para dificuldades alimentares
Considerações finais:
A intervenção precoce não se trata em “adiantar” o desenvolvimento da criança, mas sim de oferecer a ela as melhores oportunidades para alcançar seu pleno potencial. O mito do “tempo próprio” não deve ser usado como desculpa para adiar a busca por ajuda profissional. A detecção e intervenção precoces são fundamentais para garantir um futuro promissor para crianças com atrasos no desenvolvimento.
* Artigo da Diretora da Fada Falah Recreio, Rosinéa Santos,
fonoaudióloga, pedagoga e psicopedagoga.
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