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A dor de não ser vista

Por muitos anos, eu segurei tudo. A empresa, a casa, os filhos, a rotina. E não foi sozinha, não. Eu tive ao meu lado um homem trabalhador, responsável, provedor. Ele sempre cumpriu seu papel com seriedade — e isso precisa ser reconhecido.

Mas, mesmo com tudo isso… eu me sentia sozinha. Não era solidão de ausência física. Era de ausência emocional. Era o olhar que já não me procurava. As conversas que viravam monólogos. As senhas no celular. A sensação de estar ali, todos os dias, mas sem ser vista de verdade.

E, sim, houve traições. Mas antes da traição do corpo, houve a traição do afeto. A indiferença silenciosa. O toque que não vinha. O descaso com quem eu era — não como mãe, empresária ou esposa — mas como mulher.

Durante muito tempo, eu me questionei. Será que estou exagerando? Será que é assim mesmo depois de tantos anos? E aí eu me dobrava, me moldava, me calava. Esperava que ele percebesse. Mas não percebia. Ou não queria perceber.

O fim não aconteceu de repente. Ele foi acontecendo aos poucos, como acontece em muitas histórias.
E quando, enfim, a separação se concretizou, não foi libertador de imediato. Foi doloroso. Foi confuso. Mas, pouco a pouco, aquela dor foi se transformando numa força nova. E foi aí que eu renasci.

Hoje, eu uso minha experiência e meu trabalho com desenvolvimento humano para acompanhar mulheres que vivem esse mesmo silêncio. Mulheres que têm tudo para serem felizes — mas sentem que estão desaparecendo dentro do próprio casamento.

Que ouvem: “Você tem tudo… por que está infeliz?” E sentem vergonha de dizer: “Porque não me sinto amada.”

Essa coluna não é sobre o que faltou no outro. É sobre o que eu mesma deixei faltar em mim. É sobre aprender a não aceitar migalhas, mesmo quando a mesa parece farta.
E se você se identificou até aqui… talvez seja hora de se perguntar:
Você está sendo amada ou apenas acompanhada?

Vista

Greyce Anne é especialista em desenvolvimento humano e ajuda mulheres a atravessarem crises conjugais com coragem, clareza e um profundo reencontro com sua própria verdade.

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