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O foco invisível dos que ainda sonham com a Copa de 2026

A caminhada rumo à Copa do Mundo de 2026 já está em sua reta final, mas ainda não acabou. Enquanto alguns jogadores têm presença praticamente garantida na lista final, outros vivem a expectativa silenciosa de uma convocação que pode ou não acontecer. Estão no radar, foram lembrados em convocações anteriores, mas não têm lugar assegurado. E é justamente nesse grupo que o aspecto mental se torna ainda mais determinante.

Nessa fase, talento e desempenho técnico são fundamentais, mas já não bastam sozinhos. Os olhos da comissão técnica não estão voltados apenas para quem brilha com a bola nos pés, mas também para quem demonstra consistência, inteligência emocional e capacidade de lidar com os altos e baixos da temporada. A diferença, muitas vezes, está fora das quatro linhas — no foco, no comportamento e na mentalidade com que o atleta conduz seu dia a dia.

“Quando o atleta entende que ainda está no radar, mas não tem a vaga garantida, o mental precisa assumir um protagonismo absoluto. É nesse momento que a disciplina emocional passa a ser uma ferramenta tática: ela direciona escolhas, regula a energia e sustenta o foco onde muitos acabam se perdendo”, analisa o treinador mental Dani Mozer.

A ciência do esporte reforça esse olhar. Estudo publicado na Harvard Health Publishing aponta que o equilíbrio entre treino físico e preparação mental potencializa a performance em até 15% em cenários de alta pressão. Já a American Psychological Association destaca que atletas com rotina estruturada de visualização, controle emocional e resiliência apresentam maior longevidade competitiva.

E é exatamente aí que mora a oportunidade para quem ainda está fora da lista: o período que antecede a convocação pode ser determinante para mostrar maturidade, foco e profissionalismo. Isso inclui, sim, se comprometer com treinos específicos – inclusive fora do clube -, reforçar aspectos físicos, cognitivos e emocionais, além de buscar, diariamente, a melhor versão de si mesmo.

Essa escolha, no entanto, exige renúncia. É comum ver atletas, nessa fase, abrindo mão de viagens, compromissos familiares e até exposições sociais. Preferem manter a rotina de sono, alimentação, recuperação ativa e treinos suplementares como forma de reforçar seu compromisso com o objetivo. Muitos mantêm psicólogos esportivos ou treinadores mentais como parte de sua equipe pessoal – não como luxo, mas como ferramenta estratégica.

“Costumo dizer que a convocação começa muito antes da lista. Está na forma como o atleta organiza o dia, no tipo de treino que faz além da rotina do clube, no que escolhe abrir mão para seguir crescendo. A mente precisa agir como se o anúncio já tivesse sido feito – essa mentalidade muda tudo”, reforça Dani.

Trata-se de viver como um atleta convocado antes mesmo da convocação oficial. De se comportar, se preparar e pensar como alguém que já está na Copa, mesmo sem ter certeza disso. A clareza do propósito guia cada decisão. Cada treino conta. Cada noite bem dormida faz diferença. Cada escolha fora do campo comunica algo à comissão técnica.

Quem pretende chegar até o fim precisa alinhar corpo e mente em torno de um único foco. E, nesse processo, não existe espaço para distrações nem atalhos. A performance é resultado de uma construção silenciosa, consistente e, acima de tudo, consciente.

A lista final vai chegar. E, quando ela for lida em voz alta, não será apenas o nome mais técnico ou mais famoso que aparecerá, mas o do atleta que soube agir como titular antes mesmo de ser chamado.

IMG 20250626 WA0051 150x150.jpg 1* Quer dicas práticas para manter a cabeça e o corpo no lugar? Acompanhe meus conteúdos no Instagram: @danimozer_

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