“O vinho alegra o coração do homem; e a alegria é a mãe de todas as virtudes.”Goethe
Todo segundo domingo de maio, os restaurantes lotam. Atendimentos demorados, filas e engarrafamentos que tornaram-se rotina, independente do dia e horário, turbinam o estresse de um dia que deveria ser apenas de comemorações. Mas todo esse esforço desmedido não é necessário para tornar esse dia mais especial. Unir a família ao redor da mesa, para apreciar bons vinhos e o almoço caprichado de amor, é sempre prazeroso. Durante anos de observação, concluí que as mulheres amam os vinhos elaborados com a uva Merlot e com o tempo os da uva Carmenère também ganharam seus corações. Não à toa, uma vez que durante anos o Chile produziu vinhos com a Carmenére , pensando tratar-se da Merlot. Quer saber um pouco mais sobre as sugestões para a refeição de domingo?
Ambas são de origem francesa, mais propriamente da região de Bordeaux.
A Merlot é a principal uva dos vinhos elaborados na margem direita do rio Gironde (rio que corta Bordeaux), conhecida como Libournais, cujo o nome deve-se ao Porto de Libourne localizado sobre o mesmo rio. As principais apelações da região são Saint-Emilion, Pomerol e Fronsac. A região compreende ainda várias outras apelações. Para se ter ideia da grandiosidade de seus vinhos, é em Pomerol que se localiza o tão caro e aclamado Château Petrus. Nos cortes com Cabernet Franc e Cabernet Sauvignon são um espetáculo! Os vinhos da Merlot são sedosos e considerados um dos mais populares do mundo. Geralmente são redondos. Frutas vermelhas, flores e taninos macios, o tornam fáceis de serem degustados. Dependendo da região onde é plantada a Merlot apresenta toques de couro, de sous-bois (floresta) e herbáceos. Simplesmente maravilhosos! Além de sua terra natal, também é muito cultivada na Itália, Califórnia, Chile e por aqui tem sido responsável por alguns de nossos melhores vinhos.
A Carmenère é hoje a uva emblemática do Chile. Embora suas folhas sejam diferentes da Merlot, foi em 1994 que a Concha e Toro “redescobriu” a Carmenère. Investigações genéticas mostraram que esta variedade pode ser um parente longe da Merlot. Há quem alegue que o verdadeiro nome da Carmenère seja Vidure, outros afirmam ser Biturica, uma antiga variedade que se originou na hoje Península Ibérica. Independente das controvérsias, hoje as plantações de Carmenère ocupam 7% de toda área cultivada no Chile. Não tendo se adaptado a “enxertia”, foi praticamente extinta na região de Bordeaux, pela filoxera (praga devastou os vinhedos da Europa no século XIX). Graças ao caráter isolado de seu território, limitado ao leste pela Cordilheira dos Andes, a oeste pelo Pacífico, ao norte pelo deserto do Atacama e ao sul pelas geleiras da Antártica, ou por seu solo rico em minerais, especialmente o cobre, as videiras Chilenas não foram atacadas pela filoxera . Por essa razão, é possível encontrar no país videiras orignais (sem enxerto), permitindo que a qualidade da uva não se altere. Os vinhos elaborados com a Carmenère tem um sabor varietal, dominado por frutos vermelhos, ameixa e notas de baunilha, e taninos elegantes.
Para harmonizar tanto com a Merlot quanto com a Carmenère, cogumelos, vegetais, carnes grelhadas, inclusive as de porco. Um lombo com molho de mostarda é simples de fazer e sucesso garantido. Não esqueça do tempero principal: Amor!
Feliz Dia Para Todas as Mães, Tias, Madrinhas…