Nell Salgado é o tipo de mulher que não abaixa a cabeça em ambientes tidos como “masculinos”. Membro da Sociedade Brasileira de Coaching e Master Coach, Nell é coach esportiva. Hoje, atendendo a judoca olímpica e ex-campeã mundial Rafaela Silva, é também coach de futebolistas como Carlos Alberto, ex-Fluminense e Vasco, que atualmente atua pelo Figueirense. Mas seu novo desafio é dentro de um octógono, além dos atletas já citados, Nell Salgado também trabalha com Kevin Souza e Santiago Ponzinibbio.
Conversamos com a moradora da Barra e profissional bem-sucedida para entender sua rotina, trabalho e desafios, confira:
Como é o trabalho de coach esportivo?
O coaching desportivo é um processo que facilita os treinadores e desportistas no desenvolvimento de competências e capacidades mentais que os ajudam a alcançar, dia a dia, melhores resultados. O coaching ajuda a aprender. Aplicar o processo de coaching não significa dizer às pessoas o que fazer, mas sim ajudá-las a entender e controlar as suas vidas, ajudá-las a avaliar o que estão fazendo num determinado momento, levando em consideração seus objetivos, sonhos, valores e intenções.
Como você se sente sendo mulher em um ambiente majoritariamente masculino?
Parece engraçado, mas jamais pensei nessa questão de ser mulher. Sou uma profissional de coaching, tenho uma pegada diferente, agressiva, que me direcionou para o esporte e para atletas aguerridos, super performáticos… O fato de ser mulher nunca fez diferença para mim, talvez para um ou outro atleta, até me conheceram e tomarem contato com o processo; mas isso nunca me foi exposto por nenhum deles.
Como você enxerga a representatividade feminina no futebol?
A representatividade feminina ainda é pequena, especialmente no futebol, mas é uma questão de postura, de tempo e oportunidade de conhecer o processo de coaching. Infelizmente, as pessoas ainda desconhecem a profissão, e pior, rotulam ser “isso” ou “aquilo” sem ter a menor noção do que realmente se trata. A questão é desbravar, quebrar tabus, meter a cara mesmo. Aí fica fácil para mim (risos). Sou dessas, não vim para ser mais uma, vim para fazer acontecer e ser a melhor. Esse é o meu caminho, acredito que é isso que papai do céu reservou para mim. Estou fazendo a minha parte.
Quais são as principais dificuldades em ser coach esportiva?
As dificuldades existem, como em qualquer profissão. A questão está na sua postura, como você encara os seus desafios e a sua vida como um todo. Se você faz o que todo mundo faz, obviamente você é igual a todo mundo. Essa é a questão! Faça mais, seja mais, queira mais, jamais se conforme. O resultado virá proporcionalmente ao seu empenho e dedicação.
Quais são os lados bom e ruim da profissão?
O lado bom? Nossa, fazer diferença na vida das pessoas. Ajudá-las a encontrar, dentro delas, habilidades que elas não faziam ideia que existiam. Inspirar, motivar, desbravar, acreditar, fazer acontecer a vida na sua plenitude em cada indivíduo trabalhado. Transformar potencial em resultado é um presente de Deus! O lado ruim é que, ao mesmo tempo em que o coaching cresce positivamente no mercado como um todo, graças aos bons profissionais, também acaba por deturpar a classe por causa de profissionais não qualificados que, na maioria das vezes, não têm nem a formação como coach.
Falando sobre o bairro que você mora, há quanto tempo mora na Barra?
Amo morar na Barra! Moro aqui há seis anos e tudo no bairro me encanta. A praia é maravilhosa e está sempre própria para o banho, temos várias opções de comércio e shopping. E a gastronomia agrada a todos os paladares e bolsos, é só escolher. Minha escolha por morar na Barra, a princípio, foi por causa do meu trabalho, facilitava para mim e para o meu marido, pois ambos temos escritório no bairro. Morar aqui nos facilitou em todos os sentidos, até pela facilidade e opção de escolher se exercitar na academia ou ao ar livre na praia e ciclovia. Morar na Barra é um luxo em todos os sentidos, eu recomendo.