Muitas pessoas estão decidindo se aposentar, mas depois querem retornar ao mercado de trabalho. No entanto, muitas vezes, não sabem por onde (re)começar. Há algum curso para ser feito? Conhecimentos de informática são fundamentais? Como não entrar em depressão depois de sair do emprego? Bem, são questões de natureza bastante distintas, porém muito importantes. Penso que para muitas das questões, inclusive as acima, as respostas estejam no trinômio: capacitação, planejamento e equilíbrio emocional.
Quando falo em capacitação, trago à tona a questão do desenvolvimento de competências técnicas e comportamentais. Para qualquer etapa da vida profissional – e não seria diferente na pós-aposentadoria – o indivíduo deve preparar-se, pois a concorrência existe, e aquele que agrega valor e contribui com a empresa é que se mantém empregado. O profissional deve, assim, buscar entender quais as exigências técnicas exigidas na nova etapa para poder estudar e se preparar. Estudar o que? Estudar onde?
Hoje em dia, o acesso ao conhecimento está democratizado e há vários meios de obtê-lo. Os meios tradicionais (escola, curso, livro) funciona muito bem, mas o ensino à distância ganhou força e forma: é possível assistir a uma aula inteira, através de um vídeo disponível na internet, muitas vezes, de forma gratuita. A quantidade de artigos, reportagens, eBooks (livros eletrônicos) e vídeos é enorme e atende a todos os gostos em termos de aprofundamento, tempo e bolso. Há também escolas virtuais – brasileiras e estrangeiras – que oferecem cursos (em português e vários outros idiomas) sobre disciplinas e formações diversas (desde um básico de poucas horas, até uma pós-graduação), alguns pagos, outros gratuitos, mas todos ensinam algo novo ao aluno. A questão principal aqui reside em que não há mais desculpa de não saber onde aprender. O conhecimento está em todo lugar. Sabendo o que se quer, basta buscar e encontrar. Depois, é sentar e estudar!
Quando me refiro a planejamento, foco na questão de saber onde está, onde deseja chegar e o caminho a ser percorrido entre esses dois pontos. O primeiro passo é definir o que se quer, onde deseja chegar e qual a meta final. Concluir, por exemplo, se está voltando à labuta devido a uma necessidade ou um simples desejo é importante. O que motiva este movimento? Depois, identificar tudo que precisa para caminhar até a linha de chegada. Estabelecer qual o passo a passo, quais etapas necessitam ser cumpridas, em quais prazos, com a ajuda de quem, o que precisa aprender e onde é muito importante. Quanto mais detalhado for o plano, melhor!
O último aspecto é o equilíbrio emocional. Na verdade, penso ser o que tem maior peso. De nada adianta ter um bom planejamento, estar apto a realizar tarefas se, ao final, não tem a inteligência emocional necessária para seguir em direção à meta. Já é sabido que pessoas são contratadas pelos conhecimentos técnicos e dispensadas pela falta de competências comportamentais e inteligência emocional. É importante a qualquer profissional – mesmo o já aposentado – ter uma boa dose de resiliência para saber lidar com as adversidades e barreiras presentes no caminho e não desistir diante da primeira dificuldade. Também é importante manter o equilíbrio e a calma diante de situações tensas no dia a dia profissional. Controlar o estresse é algo de muito valor em qualquer etapa da vida. Saber lidar com as emoções dos outros e as suas próprias é muito valorizado no ambiente de trabalho. Fortalecer-se emocionalmente é fundamental para ter uma carreira saudável, inclusive na pós-aposentadoria, e para manter a vida pessoal e profissional em equilíbrio.
Ter uma carreira na pós-aposentadoria é viável e possível. Prepare-se, planeje-se e equilibre-se! O sucesso está em suas mãos! E mãos à obra!