Mais uma vez a população do Rio de Janeiro é surpreendida pelo aumento da violência e da criminalidade na cidade maravilhosa. Mas desta vez com as constantes ocorrências de explosão a caixas eletrônicos instalados nos bancos e comércios dos bairros cariocas, inclusive na zona sul que era considerada até pouco tempo uma ilha de segurança.
Esses casos não podem ser considerados isolados ou obra do acaso, pois marcam assustadoramente a presença das Facções criminosas de São Paulo unidas aos bandidos do Rio de janeiro, principalmente o temido e estruturado PCC (Primeiro Comando da Capital), que já possuía a anos expertise neste tipo de crime, acesso a explosivos e membros com conhecimento técnico para operá-los, transformando esses ataques em verdadeiras operações de guerra, inclusive com o uso de armamentos restritos as forças armadas.
No último ano tivemos mais de 50 casos deste tipo de crime e somente na última semana presenciamos assustadores 5 casos, números muito além dos 30 praticados no ano de 2015, quando na época os bandidos do PCC vinham realizar os seus crimes por aqui em carreira solo ou dando suporte aos bandidos locais.
Todo esse avanço da criminalidade se da graças à falência do Estado do Rio de Janeiro e consequentemente a falência das políticas de segurança pública e de combate a criminalidade, com uma polícia desmotivada, com salários atrasados, equipamentos sucateados e sem a menor estrutura operacional e condições dignas de trabalho, levando a uma diminuição do efetivo e patrulha nas ruas, reduzindo o poder de repressão e pronta resposta exercida pela Polícia Militar.
O mais assustador é que a chegada de uma facção mais estruturada, com maior poder bélico e recursos financeiros podem acarretar no aumento de outros crimes, como arrastões em vias e túneis públicos, sequestros, extorsões, assaltos a bancos e estabelecimentos comerciais, assim como vem acontecendo a diversas joalherias pela cidade, e no aumento do poder bélico dos traficantes cariocas que já estão sendo abastecidos por essa facção criminosa em troca da sociedade no lucro com a venda de drogas.
Infelizmente, enquanto o Estado não se reestruturar, desenvolver uma política séria de combate a criminalidade dando adeus ao falido programa de unidades de polícia pacificadora que em nenhum momento trouxe a paz ou resgatou para o Estado o domínio territorial armado imposto pelos traficantes nas comunidades, a sociedade de bem ficará vitima dos acontecimentos e refém da criminalidade em toda a Cidade.
Prof. José Ricardo Rocha Bandeira
Especialista em Segurança Pública e Criminologia
Presidente do Instituto de Criminalística e Ciências Policiais da América Latina