Nos últimos anos, podemos dizer que um dos ramos que mais se desenvolveu foi o da saúde e estética, trazendo novos tratamentos e produtos para qualquer sexo e idade. Consequentemente, os cosméticos também foram aprimorados, trazendo à superfície o uso de fatores de crescimento.
É devido ao seu desempenho na regulação de importantes vias de sinalização celular e também na sua atuação na divisão, migração, proliferação, diferenciação celular e síntese proteica, que eles estão invadindo cada vez mais os cosméticos industrializados, com a promessa de desacelerar o envelhecimento da pele.
Inicialmente, devemos ter em mente que estes fatores são moléculas proteicas que nosso próprio corpo produz, substâncias biologicamente ativas que regulam de forma externa e interna o ciclo celular. Contudo, com o passar do tempo torna-se necessário um complemento tópico.
Sendo assim, sua utilização externa pode atuar em uma melhor produção de colágeno e elastina, e também na reconstituição do epitélio, tornando-se um elemento-chave no processo de rejuvenescimento da pele danificada.
Com intenção de compreender o porquê dos fatores de crescimento estarem sendo tão procurados pela indústria cosmética, precisamos entender como eles funcionam. Como dito anteriormente, eles controlam a divisão celular através de uma intervenção na fase G1 do ciclo celular e ativando a transcrição de genes que codificam as principais moléculas intracelulares que controlam este processo. Ademais, regulam a síntese e degradação dos fatores de transcrição, capacitando, assim, a célula para iniciar a fase S de reprodução celular.
Foi comprovado também que determinados fatores de crescimento são capazes de estimular células de origem meso, endo e ectodermal, além de estimularem a proliferação e diferenciação de uma variedade de células, tudo isso por possuírem um amplo espectro mitogênico.
Os fatores de crescimento destacam-se justamente no processo de cicatrização, promovendo a proliferação do tecido dérmico com consequente reepitelização a partir da substituição das estruturas desorganizadas de colágeno tipo III e elastina por moléculas mais resistentes e estruturadas, um dos fatores que os levam a serem muito incorporados em produtos cosméticos.
Outro fator que os tornam queridos pelas fábricas é que estudos acreditam que sua aplicação tópica facilitaria a promoção do equilíbrio entre o processo inflamatório e a participação dos fatores de crescimento e citocinas. Porém, como estes fatores são moléculas proteicas de alto peso molecular, se torna questionável seu efeito farmacológico, uma vez que sua penetração seria em quantidades insuficientes.
Assim, outra linha de estudo entra em vigor, acreditando que estas moléculas exerçam seus efeitos sobre a matriz dérmica através da penetração no folículo piloso e glândulas sudoríparas ou do comprometimento da pele. Como o envelhecimento cutâneo leva à redução da função da barreira, estes cosméticos com fatores de crescimento podem ter uma maior ação neste caso.
Em síntese, percebe-se que é grande o número de evidências para que os fatores de crescimento sejam incorporados em cosméticos, mesmo também analisando estudos contra esta linha de pensamento, profissionais da área conseguem contestar estas afirmações, sendo possível acreditar na eficácia dos fatores de crescimento na batalha contra o envelhecimento.