Há muito tempo, a vitamina D ou colicalciferol já deixou de ser considerada uma vitamina para ser considerada hormônio D, devido às inúmeras funções importantes que ela desempenha no nosso organismo. A vitamina D é formada a partir de uma provitamina D3 (7- dihidrocolesterol) em uma reação fotoquímica catalisada pelo componente UV da luz solar. Mas quem toma sol suficiente hoje em dia?
O bombardeio diário sobre os riscos de câncer de pele e o excesso de uso de protetor solar está deixando 30 a 50% da população mundial com taxas inadequadas dessa vitamina tão importante, inclusive no nosso país, que, embora seja tropical, apresenta grande parte da população também deficiente. Essa vitamina é responsável por regular a absorção de cálcio no intestino e os níveis de cálcio nos rins e nos ossos.
Entre os inúmeros benefícios dessa vitamina, estão alguns já amplamente documentados por estudos científicos sérios, como: a suplementação de vitamina D está associada à redução da incidência de diabetes, ajuda o organismo a manter uma boa circulação sanguínea e é responsável por conduzir o oxigênio à retina. A falta desse nutriente leva à formação de neovasos e à falência das células da mácula. Baixos níveis séricos de vitamina D3 estão relacionados a altas concentrações de marcadores inflamatórios. Pesquisadores de Harvard mostraram uma relação entre baixos níveis séricos de vitamina D3 em crianças e severidade de asma. Outro estudo mostrou que níveis séricos baixos (< 16ng/ml) dessa vitamina em homens aumenta a chance de desenvolver câncer de próstata em 70 %. Já as mulheres com níveis séricos baixos (< 20 mg/dl) têm 5 vezes mais chances de desenvolver câncer de mama do que aquelas com níveis maiores de 32 mg/dl.
Indivíduos com deficiência de vitamina D estão 60% mais propensos a ter declínio cognitivo do que os que estão com níveis normais. Pessoas com baixos níveis de vitamina D3 têm maior chance de contrair o vírus da gripe, pois a vitamina D atua no sistema imunológico aumentando os níveis de proteínas antimicrobianas que destroem os vírus.
Um estudo investigou a influência da idade e a quantidade de vitamina D3 na função imunológica. Os níveis de vitamina D diminuem com a idade e existe uma significativa correlação inversa entre os níveis dessa vitamina e a idade. E como fazer para ficarmos com níveis suficientes? Bastaria caminhar no parque permanecendo com braços e pernas expostos ao sol, sem filtro solar durante 15 minutos por dia? Ao contrário do que pensamos, o professor e médico Michael Holick, autor do livro “Vitamina D – como um tratamento tão simples pode reverter doenças tão importantes” afirma que este sol deveria ser de 10h às 15h e não nos horários preconizados pelos dermatologistas antes das 10h e após as 16 h.
Entre 10h e 15h, haveria maior conversão da vitamina D3 no nosso organismo pela ação dos raios UV. Não serão 15 minutos sem protetor solar que nos levarão a um câncer de pele, mas com certeza teremos os benefícios da nossa vitamina D endógena, o que é muito importante. Por que a deficiência de vitamina D3 é tão comum? Porque, mesmo com a exposição solar e vivendo em um país tropical com sol em abundância, a vida moderna e a rotina diária nos impedem de termos a exposição adequada ao sol.
A população não recebe a quantidade de raios solares suficientes para a absorção da vitamina D3. Então como fazer? É preciso suplementarmos. A suplementação diária deve ser individual e é importante que os valores dosados no sangue sejam entre 40 e 60 mg/dl para prevenção – em casos especiais na medicina integrativa como obesidade, depressão, câncer e doenças autoimunes, queremos estes valores mais altos.
A quantidade existente de vitamina D na alimentação é considerada pouca ou praticamente nula, por isso a necessidade de suplantarmos. Essa suplementação pode ser injetável, oral, em gotas ou comprimidos, sublingual ou em forma de spray. Isso varia de acordo com a necessidade, adequação e vontade de cada paciente. Por isso, sempre devemos consultar um médico para avaliar como está sua vitamina D e manter esta em níveis ótimos para obtermos esses benefícios. Já dosou a sua?