Carnaval é a paixão de muitos, mas a perdição de outros. Nosso prefeito parece ser mais um dos que não apreciam muito a grande festa de Momo. Após ter se recusado a ir a Sapucaí entregar as chaves da cidade, cortado a subvenção das escolas e tentado restringir a atuação de blocos de rua, nosso alcaide passou dos limites e confirmou que iria para a avenida, não para apreciar o espetáculo, mas, sim, para trabalhar, fiscalizando os carros alegóricos e motoristas, com equipes de fiscalização da prefeitura.
Não quero aqui dizer que nosso prefeito deveria pegar um tamborim e ir curtir sob o som das baterias, mas é muito pequeno da parte dele, como representante maior da nossa Cidade Maravilhosa, se colocar numa posição de fiscal, parecendo que está torcendo contra o espetáculo, que ele mesmo não está dando o devido apoio.
Observando o Crivella, vê-se que o mesmo pode ter se licenciado como bispo, mas que o bispo dentro dele não deixou de existir. Com uma postura totalmente antipática, com medidas muito impopulares e com o risco de se tornar o pior prefeito da história da cidade, o mesmo ainda assim insiste em se mostrar alheio aos anseios da população.
Caro prefeito, a cidade clama por um pouco de paz, algo difícil de se conseguir nos últimos tempos e se vale do carnaval para se esquecer um pouco das mazelas que a população enfrenta todos os dias, inclusive, estar sob o seu comando. Portanto, colabore um pouco, deixe o povo se divertir.
Se tivermos que beber o dobro de álcool que consumimos no último carnaval, que assim seja, afinal, não precisamos que o senhor se faça presente na Sapucaí, apesar de isso ser um ritual importante para a cidade, precisamos é que o senhor se faça presente nas ruas, possa começar a agir como um governante e não como um pastor.
Pregue, assim, o bem da cidade e não a proposta de poder que a sua bancada evangélica deseja. O povo é muito mais do que apenas quem quer fazer retiro no carnaval, o povo quer poder ir pro samba, pro terreiro, pra festa LGBT, pro futebol e não só pro culto. Como você bem disse: “Quem não gosta de samba, bom prefeito não é” e isso nós, cariocas, aprendemos da pior maneira.