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A arte da comunicação

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Boa parte dos conflitos que vivemos em nossos relacionamentos é de ordem terminológica. A comunicação é uma arte. Como tal, não deveria ser tratada de maneira tão intuitiva, como muitas vezes acontece.

As palavras que usamos não são tão óbvias quanto às vezes supomos. Seus significados variam de acordo com o contexto, intonação, cultura e tantos outros fatores. Não poucas vezes, as pessoas dizem que não entendem por que seus interlocutores não compreendem o que elas falam. Na cabeça delas, o recado que foi emitido está muito claro.

Nem sempre isso acontece. Como afirmou Lesslie Newbigin: “Se o significado das palavras tivesse de ser absolutamente claro e distinto, seria preciso haver o mesmo número de palavras que de coisas no universo”.

As palavras que nós usamos são úteis apenas na medida em que fazem parte de uma língua como um todo. E cada língua é uma maneira distinta de compreendermos e ordenarmos a experiência das pessoas que as usam.

O uso da palavra cachorro, por exemplo, pode ser a referência a um animal dócil ou repulsivo, dependendo da cultura em que estiver sendo usada. Pode, ainda, ser uma referência a um homem sem valor e escrúpulo. A. N. Whitehead bem disse que “Não há uma frase que exprima adequadamente seu próprio significado. Há sempre um contexto como pressuposto que desafia a análise pela razão da sua infinitude”.

O esforço para que a comunicação seja adequada é uma necessidade de todos que desejam viver bem as suas relações. Pressupor que sabemos o que o outro nos diz, tão somente por “conhecermos os significados das palavras usadas”, é correr o risco de errar.

Dê a si e ao outro o direito de compreender o que é dito. Ao ouvir alguém, tente explicar a maneira como você interpretou o que a outra pessoa disse, e pergunte se foi aquilo que ela quis dizer. Ao falar com alguém, não presuma que a pessoa compreendeu perfeitamente tudo o que você disse, como se fosse tão óbvio ao outro como é para você. Afinal, o significado das palavras não é tão intuitivo quanto supomos.

 

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