A amamentação é definida como o período em que a mulher, normalmente a progenitora, realiza o aleitamento do recém-nascido sendo ele direto (pela mama) ou ordenhado. Além de ter o objetivo de nutrir e proteger o bebê, é um ato de criação de laços de carinho e segurança para ambos, mãe e filho.
O aleitamento pode ser feito de duas formas, uma delas é restringir a dieta da criança apenas ao leite materno, sendo conhecida por “amamentação exclusiva”. A outra é chamada de “predominante”, na qual tanto água quanto bebidas que a utilizam como base são também oferecidas.
Instituições comprometidas com índices de saúde e natalidade como a UNICEF e Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendam o aleitamento materno exclusivo até os primeiros anos de vida do bebê. Assim, é possível garantir todos os benefícios oferecidos pela alimentação.
Características do leite materno:
O leite materno é uma das fontes mais nutritivas de alimentação. Sua fase inicial é conhecida como colostro, por ser composto não só por proteínas, gorduras e carboidratos básicos, como também por aminoácidos essenciais (que não são produzidos pelo corpo), hormônios, vitaminas e, principalmente, células de defesa.
O colostro é responsável pela imunização do organismo do recém-nascido, já que seu sistema imunológico é imaturo quando nasce. A produção própria de células de defesa só se equipara à de um adulto após um ano de vida, tornando esse o período mais crítico para o seu desenvolvimento e funcionamento.
A prática do aleitamento materno faz com que as chances de contração de doenças por agentes infecciosos seja reduzida de 5 a 10 vezes, comprovando a sua necessidade para a sobrevivência da criança.
Além disso, o leite é responsável por iniciar a flora intestinal do recém-nascido. É por ele que são transferidas as bactérias do organismo da mãe que o ajudam tanto no desenvolvimento do sistema imunológico quanto na aceleração da formação do sistema digestório.
Benefícios da amamentação
Os benefícios do aleitamento materno são inúmeros, tanto para o recém-nascido quanto para a mãe.
Para o bebê:
Sistema digestório:
- Desenvolvimento acelerado do sistema;
- População da flora intestinal;
- Prevenção das cólicas.
Sistema imunológico:
- Fortalecimento desse sistema;
- Diminuição do risco de desenvolver alergias e de sofrer morte súbita;
- Prevenção à anemia e outras doenças.
Respiratório:
- Fortalecimento de pulmões (estimulada pela sucção).
Neurológico:
- Desenvolve melhor o sistema neurológico através da gordura presente no leite.
Ósseo:
- Desenvolvimento da arcada dentária e ossos da face.
Social:
- Diminui a ansiedade;
- Aumenta a capacidade social pelo vínculo entre filho e mãe.
Em prematuros, a amamentação é vital. Os sistemas do recém-nascido apresentam um menor nível de desenvolvimento e, portanto, o leite com todas as suas propriedades nutritivas e imunológicas consegue ajudar no desenvolvimento da criança fora do útero, diminuir as chances de doenças e aumentar as chances de sobrevivência do bebê.
Para a mãe:
- Reduz o sangramento pós-parto;
- Previne a anemia;
- Protege contra o câncer de mama, endométrio e ovário;
- Diminui a ansiedade;
- Desenvolve o vínculo entre mãe e filho;
- Facilita a perda de peso;
- Diminui as chances de desenvolvimento de doenças:
- Diabetes tipo 2;
- Artrite reumatóide;
- Hipertensão arterial;
- Colesterol Alto;
- Acelera a recuperação pós-parto;
- Aumenta o tempo da chegada da menstruação.
Como amamentar corretamente?
Como o aleitamento é visto como um momento íntimo e natural entre mãe e filho, normalmente não é atribuída a devida complexidade a esse momento. Embora a sucção do recém-nascido seja um ato de reflexo, é preciso fazê-lo aprender a extrair a quantidade de leite suficiente para a sua sobrevivência de forma produtiva.
Em 2015, o Ministério da Saúde lançou um material contendo diversas informações sobre o tema, inclusive sobre as técnicas de aleitamento. A posição e a forma como o recém-nascido pega o mamilo da mãe são os principais tópicos citados por se relacionarem à quantidade de leite que conseguirá ser extraído.
Posições para amamentar:
- Deitada de lado: nesta posição, a mãe fica de lado, assim como o bebê. Este fica de frente para ela e procura pela mama;
- Sentada: a mãe fica sentada em uma cadeira ou poltrona confortável, com as costas eretas e os pés apoiados no chão. Já o recém-nascido fica em seus braços ou sentado em sua perna;
- De pé: a mãe permanece de pé com o filho em seus braços, permanecendo sempre com a coluna ereta a fim de não desenvolver problemas de postura e dores futuras.
Ao pegar o peito, o recém-nascido deve ter as narinas livres, o seu rosto estar de frente para a mama e o nariz na altura do mamilo. O bebê terá de estar próximo ao corpo da mãe, com a cabeça e tronco alinhados (cuidado para não torcer o pescoço) e ele deverá estar bem apoiado.
Como fazer a pega certa?
A pega é vital para a nutrição do bebê, pois determina a quantidade extraída de leite pelo recém-nascido. Para conquistar uma boa pega, é necessária a observação contínua do processo de amamentação.
O Ministério da Saúde recomenda que quatro pontos principais sejam notados: a aréola acima da boca do bebê, enquanto ele está com a boca bem aberta, o lábio inferior virado para fora e o queixo tocando a mama. Caso esses indícios sejam notados, a pega está boa.
Se perceber bochechas encovadas a cada sucção do bebê, ruídos feitos com a língua na hora de mamar, mama aparentemente esticada ou dor na hora de amamentar, estes podem ser sinais de pega ruim. Neste caso, o recém-nascido não conseguirá retirar todos os nutrientes que precisa, podendo desenvolver um quadro de desnutrição.
Além da posição e da pega, outro ponto é alvo de um debate acerca do aleitamento materno, o tempo de duração. O tempo é fundamental para determinar o estágio de proteção e desenvolvimento do organismo da criança.
Tempo de aleitamento
O Ministério da Saúde, assim como a OMS, recomenda que o aleitamento materno seja feito de dois a três anos pelo menos. O objetivo é fazer com que o recém-nascido já tenha maturado todos os sistemas que compõem seu organismo.
O desmame precoce pode gerar uma série de problemas para o recém-nascido como o aumento da frequência de diarreias, aparecimento de doenças respiratórias, aumento do risco de desnutrição e pode causar menor absorção de nutrientes dos alimentos em cenários futuros.
O que fazer quando a amamentação está comprometida?
O leite materno da progenitora é sempre o mais adequado para a alimentação de recém-nascidos, mas, em alguns casos, seja por condições físicas ou psicológicas, o aleitamento se torna inviável ou comprometido.
Alternativas como o banco de leite humano e fórmulas personalizadas indicadas por um profissional da saúde são formas de obter um resultado bem próximo ao oferecido pelo leite materno.