A Oratória baseia-se no bem falar frente aos demais, de forma estruturada e efetiva, visando entretenimento, influência e a tão estimada e cativante informação. Nem todos demonstram esta facilidade em falar. Por mais que a fala seja adquirida ao longo dos primeiros anos de vida, e na maioria das vezes de forma natural, o “bem falar” pode demorar para aparecer principalmente devido à fatores emocionais, tais como: introversão, timidez, traumas emocionais e questões psicológicas.
O fundo emocional é o que mais corrobora para que presenciemos quebras suaves, medianas ou graves no discurso oral de um falante. Dentre estas, é comum vermos episódios transitórios de gagueira, pouca ou nenhuma habilidade no domínio da fala improvisada, sudorese excessiva, bloqueios de linguagem, voz trêmula, interrupção ao acesso à informação já programada, perda de foco na leitura de textos escritos, ofegância, queda de pressão arterial e até desmaios.
Veja o ponto positivo: a Oratória é um campo ensinável e ricamente transformador. E é importante saber que o fator principal para adquirir com propriedade uma boa fala em público é respeitar certos preceitos e regras, praticando-os até que a naturalidade e a consciência de seus atos cheguem à um nível controlável pelo falante que termina por deixar a posição de “usado” pela língua e passa a ser um usuário da mesma, invertendo positivamente o seu próprio quadro.
Abaixo, listo 8 preciosas informações para quem já se expõe ao falar e para aqueles que de alguma forma, já sabem que irão passar por isso e têm interesse em se preparar, veja:
Respire!
É importante manter a frequência respiratória estável. Quanto menos ela altera, maior domínio próprio mostramos ter e maior domínio da situação mostramos possuir.
Mantenha a Postura
Sua mãe já dizia isso e ela estava certa: reposicione a coluna para que ela esteja ereta ao falar e ao ouvir pessoas, isto mostra receptividade, interesse e abertura. Desleixos neste posicionamento passam a impressão de desinteresse, cansaço ou baixa estima.
Seja Congruente
Com o seu corpo bem estruturado, não mostre em sua face algo que não seja relacionável com o que você fala ou tenta convencer os demais. Por exemplo, o “sim” tem que ser mais que uma palavra, mas uma resposta geral do seu corpo: mãos, sobrancelhas, cabeça, boca e tronco. Todas estas partes devem dizer sim junto a você.
Atenção às Palavras
Sempre saiba para quem você irá destinar a sua mensagem. Adeque o vocabulário a este público. Invista em sinônimos para não ser repetitivo, monótono ou até vítima dos próprios vícios de linguagem que desviam a atenção do ouvinte da mensagem-alvo para o interlocutor.
Movimente-se
A fluidez do que se fala é complementada pelo fluir dos movimentos. Lembre-se que a falta deles mostra apatia ou timidez e ao sermos bruscos, evidenciamos falta de domínio próprio e da mensagem. Movimentos “arredondados” (como os de letra cursiva), são mais bem aceitos e ombros relaxados passam calma aos demais presentes.
Contato Visual
O envolvimento deve ser algo que sempre devemos perseguir para uma boa fala em público. Ao manter contato visual com diversos ouvintes, sua mensagem passa a ser mais memorável a eles, melhorando a fixação ao que você expressa, além de um feedback gratuito sobre estarem atentos ou não. Re-teste a atenção sempre que possível!
Improvise
É normal termos “brancos” ao desenvolver uma linha de raciocínio ao vivo ou até esquecermos partes que tanto lutamos para decorar. Mas o branco é muitas vezes uma resposta ao estresse. Não tente preencher o vazio com falas torpes (jargões ou expressões difluentes). Não tenha medo de refazer os passos da linha de pensamento mesmo frente ao público. Uma resposta sincera é melhor do que uma desculpa esfarrapada.
Encerre Bem
Lembre-se de checar se todas as explicações têm uma conclusão clara e busque sinais de entendimento no público (acenos positivos de cabeça ou meio sorrisos). Agradeça pela oportunidade. Abra espaço para perguntas e mostre-se disponível à respondê-las.
Apesar destas dicas estarem listadas juntas, nem sempre é possível alcançar o domínio de todos os pontos de uma só vez. Busque auxílio de um Fonoaudiólogo,sempre que possível.