É muito comum observarmos mulheres competentes, empoderadas, inteligentes e, até mesmo, mulheres que já ocupam cargos de poder e que até já exercem uma grande influência na sociedade, fugirem dessa responsabilidade ou alegarem despreparo, nervosismo e ansiedade no ato da fala. Em momento de Coronavírus, cheio de incertezas, é necessário preparar as mulheres para que se livrem deste pensamento.
Existem três elementos cruciais para entender esse fenômeno na vida das mulheres, por onde também poderemos construir as alternativas de superação e de libertação delas. O primeiro está associado a condição da fala feminina, considerada social, cultural e historicamente, como uma fala de segunda ordem. Diante o período do isolamento social em que vivemos, a mulher é vista mais como uma pessoa que cuida da casa, deixando em segundo plano a questão empreendedora de sucesso. Por isso, nos dias de hoje, mesmo ocupando cargos de chefias, de liderança e de destaque na sociedade, as mulheres não consideram esses espaços como seus. Elas alegam se sentirem radiografadas, julgadas, observadas e analisadas.
Esses sentimentos desconfortáveis, geram vários mecanismos de desculpas e de resistência das mulheres para não enfrentar os espaços de fala pública. Uma alegação muito comum é de que as mulheres constrangem mais que os homens e que os mecanismos de constrangimentos vindo dos homens são diferentes daqueles vindo de mulheres, sendo esses mais cruéis, dado ao sistema patriarcalista da nossa sociedade.
A segunda constatação é de que a fala masculina vem sendo historicamente classificada como a fala normativa, padrão, correta e de poder.
Nesse sentido, os desafios a serem ultrapassados pelas mulheres só se ampliam. Elas, nos espaços públicos, estão sempre em lugares que não são considerados delas, sendo observadas, como uma voz errada, feia, fina e que não passa segurança, verdade e confiança. Isso porque a voz masculina é considerada, inclusive pelas próprias mulheres, como detentoras de uma voz forte, bonita, imponente e que passa a verdade, segurança e confiança, o que precisa ser desconstruído. A verdade é que as mulheres precisam ser firmes diante a situação, confiarem em sí mesmas e mesmo com os empecilhos causados pelo COVID-19, continuarem em seus postos de poder.
E a terceira constatação, está nos corpos, gestos e posturas de homens e mulheres. Ao se sentirem inseguros os homens tendem a enfrentar os desafios com uma postura gestual e corporal que representam segurança, confiança e determinação. Isso porque, a oratória é algo que estaria inerente à condição de gênero para os homens.
Assim sendo, eles jamais admitem ou expressam as reais condições e os reais sentimentos nesses momentos de exposição pública. As mulheres tendem a ser mais sinceras e contam ou expressam toda a sua realidade, vivacidade e a sinceridade das inquietudes que sentem nesses momentos de atuação pública.
O que fazer para tornar esses momentos ainda mais gratificantes, prazerosos e produtivos para as mulheres? A especialista explica:
1) Trabalhar e desenvolver a autoestima nas mulheres;
2) Realizar treinamentos de comunicação e oratória exclusivos para mulheres e, de preferência, por pessoas que tenham pesquisas e compreendam as diferenças e necessidades específicas das mulheres;
3) Desenvolver novas pesquisas para ajustar as necessidades técnicas da oratória às necessidades das mulheres. Reconhecendo em sua comunicação e oratória as qualidades, diferenciais e eficiências que tornam a comunicação feminina uma necessidade para a oratória moderna. Minimizando os efeitos destrutivo das relações machistas, preconceituosas que penduram e das quais as mulheres ainda estão sujeitas.
A questão quarentena exige paciência, a mulher deve saber lidar com o momento, não se deixar abalar por homens que talvez tentem tirar proveito da situação, e não abandonar o seu posto de sucesso, é essencial que as tarefas acima sejam executadas para conhecer a si mesmo e saber lidar da melhor forma com os desafios que virão.