Estamos saindo de uma fase jamais imaginada pela humanidade, uma crise sem precedentes. Fomos todos pegos de surpresa e tivemos que aprender um novo jeito de trabalhar enquanto esse jeito já era realidade. Não tivemos tempo de preparação.
Manter pessoas engajadas e motivadas para o trabalho já era um grande desafio para o gestor. Fazer isso remotamente parecia tarefa quase impossível. Fomos aprendendo com o tempo e ainda estamos aprendendo a lidar com essa realidade.
Daí a importância do gestor sair da posição de “chefe” e migrar para a posição de “líder”. Abandonar a postura de comando e controle e assumir a de ajudador, inspirador e exemplo para sua equipe.
A liderança impacta diretamente na produtividade das pessoas e a postura do líder pode transformar ambientes de trabalho. Os ambientes positivos, que buscam a cooperação entre as pessoas e o desenvolvimento de cada membro da equipe impulsionam a qualidade e quantidade das entregas de cada funcionário.
Para que a empresa possa alavancar seus resultados e manter a equipe motivada, o ponto de partida é melhorar a comunicação dos gestores com seus superiores, seus pares e, principalmente, seus liderados.
O gestor precisa abrir canais de comunicação com todos da equipe, em grupo e individualmente, pois é através da comunicação que o líder inspira as pessoas com seu entusiasmo e identifica problemas de relacionamento, necessidades de treinamento ou redistribuição de atividades, desmotivação, indícios de problemas pessoais, físicos e emocionais, dentre outros.
É importante escolher o meio adequado e a forma para cada situação. Questões comportamentais, por exemplo, devem ser tratadas individualmente e não se resolvem por e-mails, mensagens ou ligações telefônicas. O ideal é fazer chamada de vídeo para que o gestor tenha mais informações sobre o liderado (imagem pessoal, postura, higiene e cuidados pessoais, ambiente etc), mas também para que o liderado possa saber que está sendo ouvido. Muitas vezes a pessoa precisa apenas que alguém a ouça. E esse ouvir precisa ser com calma e sem ansiedade e julgamentos, atendo-se aos fatos, para que efetivamente possa ajudar.
Outros exemplos de ações do líder que influenciam na produtividade de equipes remotas:
– Fazer um planejamento adequado, claro, preciso e de conhecimento de todos, onde cada um saiba os resultados que precisa entregar;
– Gerir adequadamente o seu tempo, identificando as atividades importantes, urgentes e aquelas sem importância, como também delegar tarefas;
– Disponibilizar os recursos necessários (financeiros, equipamentos, pessoas competentes etc) para os resultados desejados;
– Começar o dia com entusiasmo, simpatia, bom humor, transmitindo isso à equipe – mesmo que remotamente;
– Praticar o feedback, elogiando o trabalho bem feito e corrigindo aquele que precisa ser melhorado;
– Desenvolver-se continuamente;
– Servir de exemplo (seja o que você quer ver refletido na sua equipe).
É preciso aprimorar-se primeiro, liderar-se, exercitando o autocontrole, a autoconfiança e estabelecendo relacionamentos construtivos. Liderar não é tarefa fácil, mas pode ser exercida com leveza e ser muito gratificante.