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Um cuidado ainda desvalorizado: Hoje é o Dia Internacional da Enfermagem

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Frequentemente desvalorizada, a enfermagem ganhou mais evidência desde que a pandemia de covid-19 se espalhou pelo mundo, reafirmando quão essenciais são esses profissionais que agora estão na linha de frente contra a doença. Hoje, dia 12, é celebrado o Dia Internacional da Enfermagem, em homenagem à Florence Nightingale, enfermeira pioneira no uso de diversos métodos que foram responsáveis pela drástica redução da mortalidade dos feridos na Guerra da Criméia (1853). Para celebrar o dia e homenagear os profissionais da área, conversamos com a Karen Zepeda, doutora em Enfermagem pela UFRJ.

Segundo Karen, sua vontade de entrar na profissão surgiu quando ela percebeu que gostava de lidar com a vida. Além de doutora em Enfermagem, ela é também laserterapeuta e especialista em estomaterapia, trabalhando com cuidados a pacientes portadores de lesões por pressão, queimaduras e diversas outras etiologias. “O enfermeiro trabalha e estuda muito”, comenta, “Trabalhamos com empatia pela prevenção de agravos à saúde, tratamento, reabilitação, e, se irremediável for, pelo mais delicado conforto e morte serena”.

Entre as qualidades que não podem faltar em um profissional da área, Karen aponta a compaixão e o julgamento crítico. Ela lembra ainda que o exemplo de Florence Nightingale deve servir para que a enfermagem seja uma prática “baseada em evidências científicas relevantes” e que o enfermeiro deve manter sempre viva “a capacidade de se atualizar, renovar e ressignificar constantemente”.

Quanto ao papel da enfermagem no combate à covid-19, Karen lembra ainda que, neste período, que ela aponta como o maior desafio sanitário deste século, todos viram e sentiram o que a enfermagem enfrenta todos os dias. Ainda assim, mesmo ultrapassando os 400 mil mortos no país, os enfermeiros ainda precisam brigar pela valorização da categoria: “A enfermagem não tem preço. Tem valor. Travamos, atualmente, uma luta no Senado para aprovação do Projeto de Lei N° 2564, de 2020, que institui o piso salarial nacional do Enfermeiro, Técnico e Auxiliar de Enfermagem”, conta a profissional: “A incoerência de não gratificar justamente o profissional de enfermagem, à altura do risco que muitos pagaram com a própria vida, em especial durante a pandemia, é o que esse projeto de lei busca corrigir”.

Segundo dados que o Ministério da Saúde divulgou no começo de 2021, o Brasil responde por um terço das mortes de profissionais de Enfermagem por covid-19, um dado alarmante. Da falta de equipamentos de proteção individual ao desgaste físico e emocional que é estar na linha de frente do combate ao corona vírus, os profissionais da categoria estão entre os que mais sofreram os impactos da pandemia.

“Quando as pessoas precisam de alguém que as carregue, limpe, medique, oriente, ensine, respeite, acolha e as ampare ininterruptamente, lá está a enfermagem”, conclui Karen: “Um cuidado que busca ultrapassar fronteiras, mudar vidas e fazer, de fato, a diferença neste mundo”.

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