Na perspectiva neurológica e das Neurociências, a aprendizagem constitui forma complexa de comportamento que exige integridade de zonas ou áreas cerebrais consideradas necessárias para a aquisição e o desenvolvimento da leitura e escrita.
Segundo Luria (1973), os processos mentais humanos são funcionais complexos que não estão localizados e áreas específicas do cérebro, mas que ocorrem pela participação mútua das estruturas cerebrais, contribuindo para organização desse sistema funcional. As funções corticais estão relacionadas ao desenvolvimento de Unidades Cerebrais Funcionais. A participação dessas unidades se torna necessária para qualquer tipo de atividade mental, podendo subdividir-se em:
1. Controle do ciclo do sono-vigília, composta por estrutura do tronco cerebral, sistema reticular, representado pelos núcleos colinérgicos, noradrenérgicos, dopaminérgicos e serotoninérgicos; ponte e medula. O córtex pré-frontal, responsável pela manutenção da atenção para formação da memória.
2. Área de análise e do armazenamento de informação, representada pelo córtex temporal, parietal e occipital, subdividido funcionalmente por áreas primárias, secundárias e terciárias.
3. Programação, regulação e verificação da atividade é representada pelos lobos frontais, que tornam possível a intencionalidade, a organização da conduta em relação á percepção e ao conhecimento do mundo.
Quando é evidenciada a presença de transtornos de aprendizagem como dislexia, deve ser considerada a presença de disfunções neuropsicológicas.
As dificuldades de aprendizagem, refere-se a grupo heteregeneo de problemas que interferem na aprendizagem sim, mas que não tem nenhuma implicação neurológica. Pode ser a metodologia da escola, a didática do professor, a não adaptação do aluno ao contexto escolar ou talvez problemas familiares ( separação dos pais, mudança constante de escola etc) É bom observar e investigar. Dessa forma, a atenção dos profissionais no momento da identificação da diferenciação do que é transtorno ou do que é dificuldade, pois é, fundamental para a diferenciação dos quadros, para intervenção adequada no contexto clínico e educacional
Compreender a correlação neurológica e educacional envolvidas nos transtornos tem sido o desafio de pesquisadores da área da Medicina, Fonoaudiologia, Psicologia e Psicopedagogia interessados no maior entendimento das alterações estruturais que acomete o processo de ensino-aprendizagem.