Desde que são bebês, devemos prestar atenção no comportamento dos nossos filhos. Alguns fatos observados – como não olhar na direção do som, evitar contato ocular, dificuldade de sucção, não sorrir, não demonstrar conhecimento na presença da mãe ou cuidador, dificuldade de segurar a cabeça, movimentos do corpo, andar, agitação ou apatia, sono irregular, seletividade de alimentos, demora para falar e outros comportamentos – devem ser imediatamente relatados para a pediatra.
Na idade escolar ou da creche observamos queixas de professores e familiares frequentes quanto a problemas de aprendizagem, queixas de atenção e agitação, dificuldade para memorizar conteúdos acadêmicos, dificuldade em compreender instruções de ordens mais complexas, dislexia/discalculia, transtornos de linguagem e outros.
Essas queixas acabam despertando dificuldades emocionais e comportamentais nas crianças, que passam a apresentar comportamentos opositores e desafiadores, como mutismo seletivo, agressividade, passividade e condutas indevidas frente ao ambiente escolar, familiar e social. Os testes neuropsicológicos, nesse momento, serão muito bem-vindos e de grande ajuda para detectarmos onde está o problema e fazermos as intervenções na tentativa de ajudar e ter uma melhora na qualidade de vida da criança.
Através de instrumentos psicométricos, escalas do desenvolvimento e análise qualitativa da produção do paciente, consegue-se identificar precocemente alterações no desenvolvimento cognitivo e comportamental. A avaliação neuropsicológica infantil demonstra como ocorre o funcionamento neuropsicológico de cada criança e de que forma esse funcionamento interfere nas funções cerebrais e, consequentemente, sua influência na aprendizagem.
A importância da avaliação é que ela permite uma identificação precoce, proporcionando intervenções terapêuticas que contribuem e reestabelecem as funções cognitivas com funcionamento inadequado.
Além das indicações relacionadas à dificuldade de aprendizagem, desatenção e hiperatividade, indica-se a avaliação neuropsicológica para autismo, síndromes genéticas, doenças neurológicas, transtornos invasivos do desenvolvimento e outros.
É importante que pais e escola se deem conta da criança como um todo, observando constantemente seu desempenho cognitivo, seu comportamento, suas potencialidades e dificuldades, habilidades sociais e adaptativas. É indicado, sempre que necessário, buscar o auxílio de um profissional.