Os procedimentos estéticos banalizaram muito em nossa sociedade e hoje o Brasil é um dos líderes no número de cirurgias plásticas e procedimentos estéticos, seja em homem ou mulher. Para nós, psicanalistas, o corpo não existe no espaço, existe na cabeça daquele que o carrega.
Atualmente, nos deparamos com um esforço interminável pelo corpo ideal, ou seja, por aquele exibido nas mídias, que é a imagem de uma beleza inalcançável.
Este esforço acaba por gerar um adoecimento psíquico que vai provocar um sentimento “narcísico” onde se busca um ideal inatingível. Essa valorização excessiva de um padrão de beleza da mulher, muitas vezes, a leva a distúrbios alimentares, por meio de dietas exageradas, exercícios físicos em demasia, podendo vir a desenvolver anorexia e bulimia.
Como a beleza está associada à juventude, a mulher também vai lutar contra o tempo que não para de passar. Nessa luta e nas demais, o que ocorre é haver muita frustração, que pode levar a mulher a situações de adoecimento como depressão e baixa autoestima.
Nessa guerra contra o modelo de corpo feminino imposto pelo mercado e pela mídia e, para que a mulher possa conservar a própria singularidade, será preciso que desenvolva um pensamento mais crítico acerca dos padrões de corpo e mantenha, assim, sua saúde mental e física.
* Artigo publicado pela colunista Leila Cristina, psicanalista. (@leilacristina_psicanalista).