A cada dia que passa nos aproximamos mais do tão esperado Jogos Olímpicos no Brasil. Assim que a cidade do Rio de Janeiro foi anunciada como sede das Olimpíadas em 2016, muitas expectativas foram criadas em torno do tema. Falava-se muito em legado, investimentos, mobilidade, obras e mais obras e resultados mais do que positivos para a nossa cidade. O tempo está passando e realmente muitas obras estão sendo feitas, não sabemos muito bem com que qualidade e nem se estarão prontas a tempo, pois obra tocada com presa e sem muito planejamento tende a não ficar muito boa.
Um exemplo de obra mal feita e mal acabada foi a do Corredor Expresso BRT Transoeste que liga Santa Cruz à Barra da Tijuca. O asfalto está todo remendado e as estações com portas automáticas destruídas pela própria população. O sistema até que é bom, mas para usá-lo tem que estar disposto a ser “espremido” pelas pessoas que tentam ocupar os mesmos espaços e contar com a sorte para conseguir sair ileso na estação desejada. É difícil ver uma composição vazia mesmo tarde da noite. A obra que já está desgastada em tão pouco tempo atrapalhou a mobilidade de quem se desloca de carro entre o Recreio e a Barra com a supressão de uma das pistas. Hoje, uma hora é pouco para a travessia.
A poluição das lagoas e rios continua a pleno vapor
Os moradores da região da Barra, Recreio e Vargens tinham uma enorme esperança de que as Olimpíadas fossem mudar o quadro caótico das lagoas, rios e canais da bacia de Jacarepaguá, que estão totalmente poluídos pelo esgoto que não é captado e nem tratado. A secretaria de Estado de Meio Ambiente foi ocupada nos últimos anos pelo atual deputado estadual Carlos Minc, de 2011 a 2014, em seguida, pelo Carlos Portinho, de 2014 a 2015, e agora pelo atual deputado estadual e secretário André Corrêa.
A história e o enredo são os mesmos, promessas, promessas e raríssima execução. Basta citar as obras de despoluição das lagoas da bacia de Jacarepaguá que estavam para acontecer, e até o momento nada. A promessa perdura nas mentes de quem ouviu o secretário dizer que iria realizar a obra em diversos eventos sobre o tema. Carlos Portinho ainda prometeu que iria preparar um projeto especial para o Canal das Taxas que só ficou no campo das ideias e sem qualquer execução. Estamos na mesma situação e sem qualquer perspectiva de melhoria. A Câmara Comunitária do Recreio e Vargens vem cobrando das autoridades uma solução para o problema, mas pelo visto está faltando muita “boa” vontade política.
O Corredor Verde vai ou não vai?
O projeto do Corredor Verde, idealizado pela Secretaria de Meio Ambiente do município, promete mudar a situação das margens dos canais do Recreio, principalmente o Canal das Taxas. A ideia é cercar as margens para evitar que as pessoas joguem lixo e também serve para proteger as capivaras que gostam de passear pelas ruas. O projeto visa também a retirada de espécies exóticas que não fazem parte da flora local e a revitalização das margens para que os animais possam circular com segurança entre os canais e lagoas. Estamos na expectativa de que o Corredor Verde fique logo pronto e é claro que estamos acompanhando de perto.
Canal das Taxas despoluído?
Pois é, isso é um sonho para todos os moradores do Recreio, mas não custa nada sonhar. No último dia 16, foi iniciado um teste com aplicação de um produto natural que ajuda a combater a poluição. É uma tecnologia utilizada em várias partes do mundo e que foram bem sucedidos na despoluição de rios e lagoas. A Câmara Comunitária do Recreio e Vargens é apoiadora do projeto e pretende acompanhar os resultados desses testes. Quem sabe as autoridades não se inspiram e começam a fazer algo para conter toda essa poluição em nossas águas? Na próxima edição falo mais sobre os detalhes.
