A pessoa com deficiência, como todo ser humano, é única dentro do seu universo. O grau de autonomia e necessidade está vinculado a isso, ou seja, não se pode estabelecer qual é o nível de autonomia que cada um deve adquirir.
Isso deve partir da pessoa diante de uma de suas necessidades e desejos. Quando o indivíduo com deficiência passa a ter consciência de suas próprias escolhas e obtém condições para isso, os ganhos psicológicos são muitos e melhoram significativamente: autopercepção, autoestima e sensação de pertencimento etc.
Para discussão desse aspectos, abordo nesse artigo as premissas descritas por Carl Rogers em sua “Abordagem Centrada na Pessoa”. Uma destas premissas e a mais fundamental delas é o pressuposto de que as pessoas usam de experiência para se definir, ou seja, tudo o que vivemos, de positivo e negativo, desde o nascimento, fala muito sobre o que temos como autodefinição.
A família é o primeiro grupo social do ser humano. Esse universo social já vem marcado por necessidades e regras que exigem grande adaptação e, no caso da pessoa com deficiência, o grau de cobrança é ainda maior, pois tudo o que é diferente traz uma carga extra de aceitação do grupo.
Roger (1985) afirma ainda que cada pessoa tem dentro de si um impulso inerente em direção a ser competente ou capaz. Nesse sentido, uma pessoa é levada a se tornar total, completa e realizada da mesma forma que uma semente contém dentro de si o impulso para se tornar uma árvore. A partir desta ideia, portanto, podemos entender o universo singular de cada indivíduo, ele chegará onde desejar, desde que o ambiente seja capaz de lhe favorecer.
É importante o acompanhamento mais precoce possível. A orientação familiar e as intervenções de caráter interdisciplinar e social podem amenizar significativamente as pressões de um ambiente e proporcionar um desenvolvimento pleno de suas potencialidades.