A família é a corresponsável fundamental no atendimento da pessoa autista no processo terapêutico e o termômetro que mede a eficácia e a evolução do tratamento recebido pelo autista, seja na mudança de comportamento, seja através da fala, da capacidade de relacionar-se, de realização de atividades do dia a dia que são corriqueiras como escovar os dentes, fazer xixi, alimentar-se, tomar banho, vestir-se, etc. A família é de extrema importância, pois ajuda a incluir o filho autista num mundo onde ele não se vê, onde não se encontra e onde acha difícil comunicar-se. O interesse dos pais reflete nos filhos segurança, motivação e amenização de possíveis dificuldades. A inclusão deve começar ainda em casa, aceitando o problema, estimulando as melhoras e trabalhando diariamente para que o quadro autístico tenha o mínimo de estereotipias e comprometimentos.
A família é uma rede complexa de relações e emoções pela qual perpassam sentimentos e comportamentos impossíveis de serem comparados com os instrumentos criados pelos estudiosos do indivíduo isoladamente. A simples descrição dos elementos de uma família não é suficiente para transmitir a riqueza e complexidade relacional dessa estrutura.
As famílias de pacientes autistas apresentam dificuldades maiores na dinâmica familiar, principalmente no que se refere à verbalização de afeto (alexitimia) e estresse. Assim, a proposta de uma reflexão básica vem sendo conduzida ao longo do tempo e se circunscreve à relação estabelecida entre a criança com espectro autista e sua família. Os questionamentos decorrentes da prática profissional se desdobraram e, como desafio, criaram a necessidade de uma reflexão mais aprofundada.
Quando uma família recebe uma criança com alguma síndrome, é de se esperar o aparecimento de vários problemas emocionais tão logo a imperfeição seja notada. A criança com transtornos globais do desenvolvimento (autismo) representa problemas novos e difíceis, um desafio para seus familiares. A capacidade da família para lidar com tais problemas dependerá muito de seu preparo emocional e do luto que poderá ocorrer. A família não conta com a compreensão da sociedade, pois esta geralmente deprecia as crianças problema, segundo afirma Weight (1985).
Sabe-se que o desenvolvimento de uma criança é influenciado pela interação entre seu ambiente e suas capacidades potenciais, e que também depende da quantidade e da qualidade de estímulos sensoriais, sociais e afetivos recebidos.
Portanto, o comprometimento de uma criança autista é comportamental, e essa modificação qualitativa só ocorrerá se a família estiver envolvida no processo. Veja o lindo depoimento dessa família, a importância do envolvimento da família e sua aceitação: https://drive.google.com/file/d/0Bz340IHLI4k5Q1pJcjYxRHF4c3c/view