Neste mês de junho está sendo realizada mais uma edição da Bienal do Livro, no Riocentro, zona oeste do Rio. É fato que a leitura é muito importante, pois nos faz conhecer e viajar por histórias, aumenta nosso poder de concentração e é uma forma incontestável de expandir o vocabulário.
Mas além de inspirar a ler cada vez mais, a Bienal do Livro, através dos painéis que estão sendo organizados por lá, nos traz inspirações sobre como viver neste mundo cada vez mais louco.
Eu fui à Bienal no primeiro domingo, dia 15 de junho. Assisti a um painel com presença de Elisa Lucinda, Monja Coen e Chavoso da USP. Elisa, que é atriz, cantora e poetisa, falou muito sobre o uso da inteligência artificial:
“Uma pessoa que pede para resumir um livro no Chat GPT não está lendo o livro, e sim um resumo. Você não consegue perceber as artimanhas do autor, a forma como ele escreve pra fazer você se envolver com a história”, disse.
“Existe uma coisa que está dentro da gente que estamos desaprendendo a usar: as nossas próprias potências. Estamos nos separando da natureza, criando máquinas que prometem adiantar as coisas. Mas isso acaba gerando um planeta doente”, continuou.

O que ela disse é muito importante, pois a tecnologia é fundamental nos dias de hoje, mas não pode nos dominar. Podemos utilizá-la para trabalhar e nos divertir, mas não podemos ficar à mercê dela, nem usá-la para coisas ruins. Se desconectar também é primordial, e ler um livro, ou se conectar com a natureza, é uma excelente forma de fazer isso.
Lázaro Ramos falou sobre o novo livro na Bienal
Monja Coen falou sobre a importância do coletivo: “Eu acredito no coletivo, num mundo sem preconceito e sem guerras. Mas o que podemos fazer para alcançar isso? Podemos começar com o nosso dia a dia. Sermos mais gentis com os outros, mostrar nossos talentos para o mundo, estudar sobre algo que você tem uma certa resistência, justamente para quebrar esta resistência que você pode ter. Se cada um fizer isso, a longo prazo, o mundo pode ser melhor. Eu não quero ir morar em Marte. Eu quero que o planeta terra seja o melhor planeta para se viver e conviver com o outro”, disse.
Por fim, assisti a um outro painel com o grande Lázaro Ramos. Ele falou sobre o novo livro.
“Na Nossa Pele”, e se emocionou ao falar de sua mãe: “Ela sofreu muito ao longo da vida. E eu não escrevi esse livro para lançar ele. Eu escrevi para me curar, pois isso me doía muito, mas eu nunca falava sobre, nem em terapia. Mas é preciso falar”.
Isso é tão inspirador! Somente podemos curar, ou amenizar certas dores, falando sobre elas. Se guardarmos, adoecemos, viramos uma panela de pressão, que uma hora estoura. E que bela forma dele falar sobre suas mágoas: escrevendo e lançando um livro! Confesso que isso me inspirou bastante. Assim como todos, também tenho minhas feridas.
E falando em mostrar nossos talentos para o mundo, quem sabe não mostro mais do meu talento escrevendo sobre elas? Eu já tenho um livro publicado.
“A Armada Histórica”, uma trama policial que se passa em Brasília. Mas quem disse que esse tem que ser o único livro de minha autoria?
A Bienal vai até o próximo domingo (22) com muitos outros painéis e gente interessante.
Nunca o evento esteve tão lotado de gente, e isso é maravilhoso. Com isso, fica a dica: leia mais! E escreva mais também!
Redes sociais: @ramonodriguez