Começar um negócio é uma das decisões mais importantes que se toma na vida. Normalmente, é um momento de realização de um sonho planejado, já que o investimento leva tempo para ser organizado, seja através de uma poupança, empréstimo bancário, ou até a captação de um investidor anjo.
No segmento de negócios e franquias, a alusão ao casamento é muito usada para ajudar na compreensão do que significa a relação de sociedade e até mesmo a escolha do franqueador. Não se abre um negócio para fechar amanhã, são relações que só se iniciam onde se enxergue uma perspectiva de longo prazo. E essa é a ótica sob a qual deve-se ponderar quando se está frente a frente com essa escolha.
Por mais sonhado que seja, quando chega o momento, sempre enfrentamos nossas inseguranças e medos do grande passo adiante. Falhar pode significar a perda de uma oportunidade única de mudança de vida, e o peso desta decisão pode nublar a visão do futuro empresário sobre pontos essenciais.
Para escolher de forma segura, é necessário entender que não existe fórmula mágica. Voltando à alusão ao casamento, pode-se afirmar que é uma decisão extremamente particular. Então, para não errar na escolha de uma franquia, avaliar com clareza as melhores áreas para investir e escolher de modo definitivo se o franqueador é ou não um bom partido, será necessário refletir sobre os seguintes aspectos:
Identificação com o segmento e negócio – Se casar é para ser “para toda vida”, há de ser bom, certo? O empresário irá passar boa parte de seus dias envolvido com a realidade de seu negócio. Falando sobre ele, trabalhando para ele. Escolha, em primeiro lugar, os segmentos com os quais se tem afinidade. Avalie como é o dia a dia dos empresários do segmento e se será possível ser feliz e realizado através dele.
Capacidade de investimento – Parece clichê mas precisa-se avaliar se o partido está à altura do candidato a franqueado e vice-versa. Do que adianta saber que uma determinada franquia de alimentação é um excelente negócio, se o investimento necessário para abrir estiver totalmente fora da capacidade do candidato? Então, o segundo critério de eliminação é este.
Alinhamento de sua expectativa com a previsão de lucro e retorno financeiro – Expectativa é sempre um ponto crítico. Então, ao invés de imaginar todo o dinheiro que irá ganhar, tenha certeza de avaliar a capacidade de lucro e os prazos para retorno de investimento. E lembre-se: “Faturamento não é dinheiro no bolso”.
Avaliar o potencial do negócio – Ninguém quer ser “mais um” no mercado. Ter um diferencial é condição essencial para sucesso nos negócios, assim como o interesse dos consumidores pelo produto/serviço. Neste ponto, não será como no casamento. O que mais importa é o que o mercado consumidor deseja e compraria, e nem sempre o gosto pessoal do futuro empresário irá representar a maioria. Cuidado para não cair na armadilha de escolher apenas pensando em você.
Avalie o franqueador – Se relacionar a longo prazo com alguém que tenha valores muito distantes dos seus não será fácil e provavelmente será muito difícil de manter. Em empresas, os “valores” pessoais do fundador são disseminados e transmitidos através dos “valores” da organização. Então, avalie o perfil da equipe de suporte do franqueador, assim como o conjunto de materiais e serviços que serão oferecidos após a abertura da franquia.
Sua decisão pode até ser rápida, mas não precisa ser. O mais importante é não ter ansiedade de terminar a avaliação às pressas. Se ainda houver insegurança, marque novos “encontrões”, fazendo reuniões complementares. Não tenha vergonha de perguntar e aproveite a fase de namoro para que sua decisão se traduza em uma relação de sucesso para os dois lados.