Para ser um criminalista de sucesso, é preciso três qualidades: a primeira é saber e dominar o direito penal, o direito processual penal, o direito processual civil, o direito constitucional e algumas outras disciplinas úteis, como medicina legal e criminologia. Com certeza, uma base firme de conhecimento multidisciplinar, obviamente com ênfase nos saberes jurídicos mais pertinentes, é fundamental para o sucesso em qualquer carreira do direito, sendo muito mais para um criminalista, por conta dos valores tão caros e delicados envolvidos, em especial a liberdade individual. Do contrário, os erros de estratégia, de alegações e outros iriam popular todas as causas do advogado, levando a fracassos inaceitáveis.
Também é relevante praticar, realizar, fazer, em outras palavras, dar execução ao conhecimento, prática à teoria. Para tanto, é importante dedicação, comprometimento e organização, de forma, por exemplo, a não se perder prazos, a praticar os atos processuais sem pressa, permitindo maior empenho e qualidade em suas atividades. Por fim, não basta saber, nem fazer, se não parece que sabe ou que faz. Para uma carreira brilhante, a aparência é quase tão admirável quanto o ser. Neste sentido, é fundamental o zelo com os clientes em suas necessidades, ainda mais quando se trata do direito penal e da tensão que ele produz.
Sou obrigado ainda a apontar outro elemento, que não é qualidade, mas é tão determinante quanto as três apontadas, talvez até mais que elas: a sorte. Fazendo jocosamente uma analogia a Maquiavel, a virtú, isto é, as qualidades do governante são fulcrais, contudo a fortuna, a sorte, dá uma forcinha. O mesmo se dá para um advogado criminalista: mesmo com todas as qualidades, às vezes, o sucesso não chegará por falta de uma oportunidade de aplicá-las. Então, certamente, a sorte é uma bela aliada em nossa carreira.
