Vários processos mentais envolvidos quando falamos de concentração. A ativação de áreas do cérebro, como o córtex pré-frontal, os núcleos da base, cerebelo, o córtex parietal e os circuitos associados, têm papel fundamental nesse processo.
Diversas pesquisas nesse campo apontam que, quando exigido, o cérebro ativa uma série de regiões, visando um melhor desempenho de concentração em qualquer tipo de atividade.
Além disso, certos neurotransmissores contribuem para o desenvolvimento dessa capacidade. Não podemos esquecer de substâncias como a dopamina e a noradrenalina, que ligadas ao foco, o gaba, importante para evitar a ansiedade e o glutamato, relacionado com os processos de memória e aprendizagem, que também fazem parte desse avanço.
Que a concentração é necessária para a execução de grande parte das atividades do dia a dia, quase todo mundo sabe. É dessa maneira que você consegue se dedicar exclusivamente ao que está fazendo. Manter-se concentrado é importante, pois permite o melhor desempenho em uma determinada situação. A concentração evita a dispersão e possibilita o foco.
Com o cotidiano agitado de muitas pessoas, isso se torna cada vez mais fundamental, seja qual for a ocasião. Na nossa sociedade, a cultura foi se constituindo de uma forma onde todos têm obrigações. Há uma demanda social por prazos a serem cumpridos. Isso não é exclusivo ao mercado de trabalho, pois, de certa forma, a pressão acaba refletindo na vida pessoal e social.
Acontecem erros por leitura inadequada, anotar páginas erradas para estudo ou tarefas, se esquecer de pagar contas, não se lembrar de reuniões profissionais ou pessoais, bater o carro por distração ou outro tipo de acidentes ao manipular determinado objeto com atenção.
A concentração é a capacidade de manter-se atento por período contínuo e consistente de tempo. Ás vezes, os motivos que facilitam a dispersão podem nos parecer óbvios: barulho, conversa alta, entre outros. Contudo, nem sempre é fácil identificar o que está prejudicando o seu poder de concentração. Muitas vezes, a quantidade de estímulo do dia a dia já é o suficiente para reduzir o nível de concentração, mas fatores como competividade, motivação em excesso ou em falta, sobrecarga de preocupações e tensões são os mais presentes.
Contudo, além de fatores externos, algumas doenças e transtornos interferem prejudicialmente na concentração. Transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). Também podemos citar, qualquer tipo de vício, ansiedade, falta de sono entre outras. É necessário identificar e atuar preventivamente nesses aspectos a fim reduzir seu impacto nas tarefas, pois o acúmulo destes pode gerar a sensação de obrigações não cumpridas e impactar diretamente na produtividade e proatividade.
A atenção pode ser dividida em duas partes. A primeira mais ligada a concentração, é denominada atenção sustentada. Trata-se da capacidade de manter a atenção por um período de tempo prolongado, em geral, de forma consciente e voluntária. O segundo tipo de atenção está relacionado ao nosso instinto e aos sentidos. Chamada de momentânea ou espontânea, relaciona-se com a própria capacidade de reação do ambiente.
É quase um mecanismo de sobrevivência, porque, muitas vezes, essa reação tem a ver com você estar preparado para alguma coisa nova que surgir no seu campo de consciência.
Quem tem essa atenção espontânea muito aguçada tende a sentir mais prejuízo na concentração, já que dispersará constantemente.
Se você começa a mudar sua atenção várias vezes por segundo, não conseguirá manter-se atento a coisa nenhuma. Com isso, perderá a seletividade e ficará atento a qualquer barulhinho que acontece à sua volta. Você se tornará ineficiente do ponto de vista do rendimento, pois passa a se distrair com coisas irrelevantes. Quando notar essa dificuldade em deixar de lado esses pequenos estímulos, é aconselhada a buscar por ajuda profissional capacitado, que poderá indicar a melhor maneira de vencer essa disfunção.
* Artigo da colunista Regina Marques Gonçalves, neuropedagoga. (@reginamarquesgon)