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Covid-19: Por que as empresas terão que se humanizar para sobreviver?

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A pandemia do Covid-19 exige a revisão de tudo o que sabemos sobre administração de empresas. Num espaço curtíssimo de tempo, mudanças radicais nas vidas pessoal e corporativa criarão novos hábitos e comportamentos absolutamente imprevisíveis, seja no âmbito individual ou coletivo. Administração de empresas, ciências econômicas e contábeis, essenciais às companhias, demonstram cada vez mais porque se originam das ciências humanas, dependentes de equipes engajadas e comprometidas com o que fazem.  E, agora, a saída para que a economia mundial não entre em um colapso total está justamente aí: nas pessoas, na humanização dos processos.

É certo que o modo como as pessoas reagirão definirá o futuro da economia mundial, que passou a ser menos globalizada e começa a caminhar para negócios mais locais. Nesse contexto, planejamentos, metas e workflows terão que ser repensados e reavaliados a toque de caixa, para que a organização possa reagir de modo positivo às severas fricções internas e externas que irão se impor nos próximos meses. Empresas com baixo grau de automação de processos e organogramas funcionais com vários níveis hierárquicos terão de se reinventar muito rápido para sobreviver.

Tudo que se construiu de cultura, política e engajamento do time antes da pandemia será a base para seguir adiante. O nível de engajamento e aderência do time aos ideais da organização determinará, em grande parte, a capacidade de realizar trabalhos com sinergia e assertividade em ambientes colaborativos, especialmente em tempos de quarentena, em que o home office proporciona ampla autonomia ao colaborador.

Nesse contexto, a clareza de visão do líder deverá ser capaz de separar o essencial do supérfluo, para que possa liderar à distância, rever processos visando atingir os objetivos e manter a união da equipe, que terá de aprender a reorganizar sua rotina. Levarão vantagem organizações que já possuam equilíbrio entre tecnologia RPA (Robotics Process Automation) e time multifuncional.

Esse ponto de equilíbrio, abstrato e concreto ao mesmo tempo, pode ser considerado um ponto crucial para uma empresa da economia digital. Cabe aqui ressaltar que todas as empresas do futuro deverão criar produtos, serviços e soluções aderentes a essa nova maneira de fazer negócios, que tem como pilares a sustentabilidade, a colaboração e a visão social. Ainda falando de transformação digital, ao contrário do que se pensa, quanto mais se investe em automação de processos, maior devem ser a capacidade de liderança e engajamento dos colaboradores, o investimento em treinamento, o desenvolvimento de competências, visando tornar as equipes multifuncionais, independentes e inteligentes. Nesse contexto, o gerenciamento de emoções é o grande diferencial do líder, que somente consegue envolver ou liderar outros se for capaz de se envolver e autoliderar primeiramente a si mesmo.

Em um futuro próximo, os líderes mais uma vez farão diferença, desde que consigam alinhar pensamento, palavra e ação com coerência e exemplos. Aqueles com dificuldade de lidar com vulnerabilidade terão uma lição de casa extra, haja vista a necessidade de lidar cotidianamente com situações inusitadas, sem precedentes e desafiadoras. Antes, decisões tomadas pela lógica, visando somente atingir metas e entregar resultados, maquiavam prejuízos intangíveis às planilhas. Daqui para frente, esses prejuízos aparecerão imediatamente. Portanto, somente serão viáveis as organizações que consigam harmonizar essas dimensões tidas até hoje como aparentemente antagônicas, mas que, na verdade, são aspectos da mesma realidade.

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