“Na vida, existem outras coisas para além de cerveja, mas a cerveja faz essas outras coisas parecerem ainda melhores.” Stephen Morris
Nesse mês, começaram os Jogos Olímpicos 2016. Ok, para a maioria das pessoas, o que era para ser motivo de satisfação e orgulho tornou-se um transtorno. Para nós, moradores do Recreio e bairros vizinhos, essa sensação é pior ainda. Não sei mesmo se o Rio de Janeiro merecia receber um evento dessa natureza, mas já faz anos que nossa cidade deixou de ser para nós e se transformou numa cidade para turistas.
Apesar de tudo, “a casa é nossa”! Mesmo com tantas coisas erradas, devemos receber bem as visitas, foi isso que nos foi ensinado. Então, agora que já conhecemos os tipos de fermentação, vamos aos principais países produtores e seus estilos de cerveja. Chegou o melhor momento: degustar e aproveitar. Nesse artigo, daremos algumas dicas valiosas.
Vamos levar em consideração o clima, porque é difícil degustar uma “stout” no verão carioca, onde a sensação térmica chega e, às vezes, passa dos 50°. Como no caso dos vinhos tintos encorpados, até que dá se você tiver um ar-condicionado central. Mesmo sendo a cerveja a bebida mais refrescantes do mundo, nem todas servem para serem degustadas a essas temperaturas.
O momento também deve ser considerado. Em um churrasquinho com os amigos, no calor o consumo é maior. O ideal para o churrasco são as mais leves, do estilo “Pilsen” ou “Weissbier”. Já em dias mais frios e para menor consumo, as mais fortes (mais maltadas e lupuladas) e de maior teor alcoólico são perfeitas.
Leia bem os rótulos, muitas informações estão ali: origem, estilo, graduação alcoólica e alguns dão dicas de harmonização muito boas, como a nossa Baden Baden.
Escolhida a cerveja, hora de degustar! A escolha do copo também é importante: como vimos quando estivemos na Bélgica, cada cerveja no seu copo. Para exemplificar melhor, fiz um pequeno quadro com os principais copos encontrados por aqui.
Não está fácil para ninguém comprar um copo para cada estilo de cerveja. Uma dica é usar a taça ISO, aquela que usamos para degustação de vinhos. A ordem é a mesma que usamos para os vinhos: sempre da mais leve para a mais encorpada. Observe o teor alcoólico, amargor e cor. Da menos alcoólica à mais alcoólica.
A cerveja também tem temperatura certa para serviço. Sabemos que isso influencia no que sentimos ao degustar. Cerveja estupidamente gelada, não! Embora seja bom demais no verão, abaixo de 2° Celsius, a temperatura é tão fria que suas papilas gustativas adormecem. Você perderá a sensibilidade, uma sensação próxima à dormência. O que fará com que não se perceba o sabor da cerveja.
Cervejas claras e leves são servidas mais geladas, cervejas mais fortes e escuras são servidas em temperaturas mais altas. A pesquisa pela temperatura ideal foi árdua, pois encontrei muitas divergências a respeito do tema. Porém, com a tabelinha abaixo podemos “começar os trabalhos”:
– 0 a 4°C para as cervejas “tipo” pilsen, sem álcool e as para refrescar e não degustar;
– 5 a 7°C para as pilsen, weizen e bock;
– 8 a 12°C é a temperatura ideal para a maioria das cervejas, as lager mais tostadas, pale ale, amber, as de trigo escuras, porter, vienna e outras.
– 13 a 15°C parece “quente” para nós, porém as strong ale escuras, stout e a maior parte das cervejas belgas mostram todo seu esplendor a essas temperaturas.
Essa é a primeira parte de nosso artigo dedicado à escolha, serviço, degustação e harmonização de nossa bebida preferida.
Mês que vem tem mais. Agora vamos torcer pelo Brasil e desejar que seja uma festa de paz e respeito!