Nos primórdios, os homens das cavernas eram magros. A era paleolítica se refere à época anterior à agricultura e à dieta inicial da espécie humana. Nas savanas, tinham a caça; no litoral, a pesca; além de vegetais, frutas silvestres, raízes e insetos. Nas ilhas do Pacífico, o coco representava a maior parte ali. Naquela época, se gastava muita energia para caçar, pescar e se alimentar, e não tínhamos o aporte de “açúcares” e produtos industrializados que nós temos nos dias atuais.
A alimentação paleolítica pode ser de várias formas. Uma dieta paleolítica é baseada em carnes, ovos, sementes, hortaliças, frutas e oleaginosas e que evita grãos, alimentos processados e produtos refinados. Os carboidratos eram escassos e, quando eles tinham acesso, eram frutas ou alimentos com baixo índice glicêmico, fora o mel, mas que tinha o problema das abelhas para conseguirem. Consequentemente, o nosso organismo tem uma enorme capacidade de conseguir a glicose (unidade básica para funcionamento do organismo) de várias formas que a não ingestão, como quebra de gordura e proteínas.
O princípio básico de uma dieta paleolítica é que, evitando o consumo de carboidratos refinados ou com alto índice glicêmico, preservamos o pico de um hormônio chamado insulina, que é responsável pelo depósito de gorduras no nosso organismo. Este também é o princípio de outro estilo de vida que se chama jejum intermitente, onde também evitamos o pico deste hormônio, trazendo inúmeros benefícios para nosso organismo.
Não precisamos, portanto, de carboidratos, mas não existe uma dieta zero carbo. Temos carboidratos em vegetais, legumes e até nas carnes. Adequar uma dieta retirando glúten, por exemplo, traz os benefícios da dieta paleolítica, como a eliminação de enxaquecas, mialgias, dermatites, síndrome metabólica, entre outros. Essa dieta pode ser cetogênica, ou seja, com produção de corpos cetônicos pelo organismo. O sistema nervoso central se sacia com o consumo de menos de 20 a 50 gramas de carboidratos e assim conseguimos uma dieta hipocalórica com uma perda de peso, além de outros benefícios, como controle da glicemia, redução da insulina basal com consequente diminuição de resistência insulínica e diabetes tipo 2, queda de triglicérides, entre outras melhoras nos padrões inflamatórios, diminuindo a síndrome metabólica.
Uma dieta paleolítica com acompanhamento adequado traz mais saciedade e diminui a compulsão alimentar, e gera o emagrecimento, podendo ser apenas low carb com diminuição de carboidratos e sem fazer cetose, que, na minha opinião, é a que deve ser seguida após a perda de peso desejada, para manutenção do estilo de vida saudável.
É preciso o acompanhamento de um profissional experiente para direcionar e acompanhar seu plano alimentar, realizando exames de rotina, exames de imagem quando necessário, bioimpedância para avaliação de ganho de massa magra e percentual de gordura e o acompanhamento clínico para uma vida saudável. Querer é poder, o que você está esperando para mudar sua vida para melhor?