Um dos aspectos mais graves das crises econômicas talvez seja o fato de que algumas despesas não podem ser reduzidas. Uma dessas despesas é a cota condominial. A não ser que os condôminos resolvam se unir para reduzir o valor do condomínio, ao proprietário, individualmente, pouco ou quase nada resta a ser feito.
O efeito disso é que, para aqueles que não podem pagar, a conta acabará, num primeiro momento, sobrando para os demais, causando o temido efeito dominó, pois o condomínio terá que consumir suas reservas ou pedir uma contribuição adicional dos demais moradores adimplentes.
Não bastasse isso, o código civil de 2002 ainda reduziu a multa máxima pela inadimplência a 2%, com a incidência de juros de 1% ao mês. Num país em que os bancos cobram mais de 15% ao mês e o aluguel tem uma multa nunca inferior a 10% por atraso, certamente a manutenção da cota condominial em dia não é nem um pouco atrativa para quem possui outras dívidas “mais caras” ou mais urgentes, a exemplo da energia elétrica, que é cortada em 60 dias, ou do plano de saúde, que é suspenso pela inadimplência.
Assim, para evitar todo esse transtorno, síndicos e administradoras precisam agir rápido, controlando a inadimplência de perto, negociando diretamente com os devedores tão logo seja verificado o atraso e se, necessário, ingressar o quanto antes com a cobrança judicial, evitando, ao máximo, o crescimento do débito, que sempre dificulta qualquer negociação.