A maioria de nós tem uma dificuldade muito grande de sair do centro das situações. Não fazemos por mal, simplesmente fazemos. Erramos, e quando o nosso erro é apontado, nos justificamos incessantemente em vez de focarmos no desejo de reparar e cuidar da dor do outro.
Por vezes, até mesmo quando cuidamos, o fazemos buscando reforçar a imagem a que queremos atender: bons pais, bons filhos bons amigos. Aprendemos a entender a empatia que tem sido usada tão indiscriminadamente a ponto de se esvaziar de sentido como sendo o fazer pelo outro o que desejamos que façam conosco.
Quem disse que o nosso desejo e o nosso sentir são a mesma medida ideal para entendermos como nos relacionamos com o outro? Aprender a escutar é um exercício diário, e extremamente necessário. É decisão que pede a responsabilidade de lidar com os próprios impulsos, para permitir ir além de si mesmo.
A escuta nos afeta e transforma, nos mostra as nossas limitações. Ela nos convida e nos refaz , visto que não escutamos apenas o que queremos. Tanto se fala em dar voz aos oprimidos, ao menos favorecido pelas estruturas sociais, às minorias, mas não precisamos de voz, pois essa temos.
Precisamos de ouvidos atentos. Precisamos da disponibilidade da escuta! A empatia não mora no fazer pelo outro sendo ele quem é, com sua história. Entender o quanto os meus atos afetam esse outro. A empatia mora no abandono das histórias prontas e das narrativas rasas. Quer educar seres humanos empáticos? É importante então aprender a se responsabilizar das suas próprias ações.