Todos nós estamos envelhecendo e o tempo nos sinaliza isso. No entanto, é a partir de uma certa idade que nos damos conta de que não somos mais os mesmos. A sociedade hoje, ainda e infelizmente, é completamente voltada para a valorização do jovem, o que leva muitos adultos a serem escravizados pela eterna juventude. Meus estudos e prática na área do envelhecimento apontam a necessidade de manter uma boa aparência para não sofrer preconceito. A fase da velhice ainda é vista de forma negativa. É comum focar nas perdas e não nos ganhos.
Quando eu estava produzindo o curta-metragem Toque do Samba, sobre o bloco de carnaval de idosos chamado Recordar é Viver, a cineasta me disse: “Gostei destes idosos, eles têm espírito de jovem”. Logo eu lhe disse: “Isso é preconceito, por que eles não podem ter espírito de velhos?” O espírito da maturidade, com a experiência e o conhecimento que muitos jovens não têm, é muito enriquecedor. O desprezo e medo que as pessoas têm em relação à fase da velhice muitas vezes é implícito e não consciente.
Podemos cuidar do nosso corpo, mas, se não cuidarmos da nossa alma, não amadurecemos. Corremos o risco de endurecer e sermos rígidos conosco e com os outros. Se você investe no seu autoconhecimento e se propõe um amadurecimento, certamente colherá bons frutos na maturidade. Limpar a mente constantemente sem deixar acumular lixo emocional leva a uma velhice feliz e plena, imune a preconceitos que aprisionam.
