A geração ansiosa é um termo que descreve o crescente número de crianças e adolescentes que enfrentam altos níveis de ansiedade e outros problemas de saúde mental, frequentemente ligados ao uso excessivo de tecnologias e telas.
Esse fenômeno é agravado pela constante exposição a redes sociais, jogos eletrônicos e conteúdos diversos na internet, que muitas vezes geram comparações sociais, pressão por desempenho e a sensação de estar sempre conectado.
Sob a perspectiva da psicanálise, podemos entender a ansiedade como um sinal de conflitos internos não resolvidos, muitas vezes relacionados à formação da identidade e ao desenvolvimento emocional.
A psicanálise propõe que os indivíduos compreendam e deem expressão a esses conflitos, permitindo que os sentimentos de ansiedade sejam processados de forma mais saudável.
Para abordar essa questão, é essencial promover um espaço de escuta e reflexão. Para essa geração, a terapia psicanalítica oferece um ambiente onde o jovem pode explorar suas pautas de comportamento e seus sentimentos em relação ao uso de tecnologia.
Esse autoconhecimento é fundamental para que se entenda como essas interações digitais afetam a saúde mental.
Além da psicoterapia, algumas estratégias podem ser implementadas para ajudar a tratar e prevenir a ansiedade relacionada ao uso de telas:
Dicas para lidar com a geração ansiosa
Aproximar as crianças de hábitos mais saudáveis e afastá-las do vício das telas requer uma abordagem cuidadosa e estratégica. Aqui estão algumas sugestões práticas para promover uma relação mais equilibrada com a tecnologia:
• Estabelecer limites: defina limites claros sobre o tempo de uso das telas. Crie uma rotina que inclua períodos específicos para jogos, vídeos e redes sociais, equilibrando com atividades offline;
• Ser um modelo: as crianças tendem a imitar comportamentos. Portanto, é essencial que os adultos também pratiquem hábitos de uso saudável das telas. Mostre como você pode desfrutar de atividades sem tecnologia.
• Promover atividades alternativas: incentive o envolvimento em atividades lúdicas, como esportes, artes manuais, leituras em grupo ou jogos de tabuleiro. Crie um ambiente rico em opções que possam ser mais atraentes do que as telas.
• Criar um espaço para o Brincar: dedique tempo para brincar e interagir com as crianças. O jogo não apenas fortalece os laços emocionais, mas também estimula a criatividade e as habilidades sociais;
• Desenvolver diálogos: converse sobre o que elas assistem ou jogam. Pergunte sobre suas opiniões e experiências com a tecnologia. Isso ajuda as crianças a refletirem criticamente sobre o que estão consumindo;
• Educação sobre a tecnologia: ensine sobre os impactos do uso excessivo de telas e a importância do equilíbrio. Explique questões como privacidade online e como as redes sociais podem influenciar a autoestima;
• Criar “Zonas Livres de Tecnologia”: implemente áreas da casa onde o uso de dispositivos eletrônicos não é permitido, como na hora das refeições ou antes de dormir. Isso ajuda a criar um ambiente mais focado em interações pessoais;
• Programas e atividades em grupo: incentive a participação em atividades comunitárias ou escolares que promovam a socialização face a face, como clubes de leitura, esportes em equipe ou grupos de arte;
• Incluir a tecnologia de forma positiva: utilize a tecnologia como uma ferramenta para aprendizado, como aplicativos educativos ou vídeos que estimulem a curiosidade, mas sempre com supervisão;
• Estimular a autonomia: a medida que as crianças crescem, incentive-as a estabelecer seus próprios limites em relação ao uso das tecnologias, promovendo um senso de responsabilidade pessoal.
Ao implementar essas estratégias, é possível ajudar essa geração ansiosa a desenvolver uma relação mais equilibrada e saudável com as telas, incentivando um estilo de vida que prioriza o bem-estar físico, emocional e social, e também promover um desenvolvimento emocional mais saudável, capacitando os indivíduos a lidarem melhor com o mundo digital e suas demandas.
Faço atendimentos online e presenciais para adultos, além de atendimentos presenciais para crianças. Meu trabalho é focado em ajudar você que está enfrentando desafios como ansiedade, crises de pânico, sentimento de culpa, luto por perdas diversas e depressão. Minha missão é te ajudar nos momentos difíceis.
Estou aqui para te apoiar na jornada de autoconhecimento e bem-estar. Vamos juntos encontrar caminhos para a sua saúde emocional através da psicanálise.
* Artigo da psicanalista Leila Cristina, com 12 anos de experiência, co-autora de cinco livros e palestrante (@leilacristinapsicanalista).