Dia 17 de maio é o Dia Mundial da Hipertensão Arterial. A doença é o principal fator de risco para doenças cardiovasculares e responsável pelo desenvolvimento da aterosclerose , obstrução das artérias por placas de gordura, uma das principais causas da doença arterial periférica. Em época de pandemia, onde idosos estão mais isolados, é importante prestar atenção em alguns sintomas que podem levar a problemas mais sérios. Se a pessoa sente dor nas pernas, fadiga nos músculos, câimbras, sensação de queimação, é preciso procurar um médico para um diagnóstico. Quanto mais cedo começar o tratamento, melhor qualidade de vida o paciente terá.
É importante saber que a doença arterial periférica é o acometimento da circulação, principalmente abaixo do joelho e ocorre em consequência do estreitamento dos vasos sanguíneos arteriais, que levam o sangue para nutrir as extremidades do corpo, sendo mais comum acometer os membros inferiores. Ela atinge cerca de 10 a 25% da população acima dos 55 anos, sendo que aumenta com a idade. Cerca de 70 a 80% dos pacientes acometidos são assintomáticos, ou seja, não apresentam qualquer sintoma. Este fato pode retardar e até dificultar o diagnóstico precoce, ponto fundamental para o início do tratamento, tratamento este que melhora as chances de uma evolução positiva da doença. É mais frequente nos homens, mas também pode acometer as mulheres. (Dados da SBACV – Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular).
O principal sintoma da doença é a claudicação intermitente que se caracteriza da seguinte forma: o paciente ao caminhar uma certa distância sente dor, o que o obriga a parar, descansar, se recuperar e se ele voltar a caminhar, normalmente a mesma distância – ou para mais ou para menos– ele volta a sentir dor o que o obriga a parar novamente. Isso ocorre devido ao acúmulo de placas de ateroma na parede dos vasos, ocasionando estreitamentos e obstruções, levando assim a dificuldade para o sangue circular para os tecidos dos membros.
O diagnóstico é feito em um exame clínico por um cirurgião vascular ou angiologista, através de análise dessa circulação que consiste na palpação dos pulsos. O médico verifica a diminuição e ou a ausência dessa pulsação na artéria examinada. E após essa constatação pode pedir para ser realizado um ecodoppler arterial dos membros inferiores, confirmando o diagnóstico. Outro exame que também pode ser realizado é uma angiotomografia dos membros inferiores para ver exatamente como está a disposição ou a anatomia das artérias.
Entre os fatores de risco para o desenvolvimento da doença arterial periférica estão o diabetes, a insuficiência renal crônica e a hipertensão arterial que afetam bastante a estrutura dos vasos propiciando aumento de placas de ateroma. O próprio aumento do colesterol, que pode estar ou não ligado à dieta, ou ser uma tendência familiar é outro fator de risco e não podemos esquecer também do tabaco.
Os tratamentos disponíveis o mais comum é o tratamento clínico que consiste na eliminação dos fatores de risco que levam a piora dessa patologia, como por exemplo: tratar o diabetes, parar de fumar, controlar a pressão arterial e através de exame de sangue verificar as taxas do colesterol e se houver necessidade controlar a hipercolesterolemia. Esse é o tratamento geral. Vale também estimular a prática de exercícios como caminhadas e ter cuidados, principalmente para os diabéticos, para não machucar os pés, cuidados com as unhas, com infecções e com o tipo de sapato usado, por causa da perda de sensibilidade. Além dessas medidas existem medicamentos que também podem ser usados de forma regular, como os vasodilatadores, que vão melhorar a circulação. Caso esses tratamentos não sejam eficientes e o paciente continue com dor, evoluindo no tipo de dor, ou seja, de claudicação ele passa a ter dor de repouso ou ainda apresenta um ferimento, podemos indicar um tratamento cirúrgico que são as revascularizações arteriais ou através da cirurgia endovascular que seria o implante de stent.