Matérias e Colunas

Categoria:

O impacto ambiental da produção de papel e celulose

Neste ano de 2024, o setor de papel e celulose no Brasil, anunciou investimentos na casa de R$67 bilhões até 2028. O grande atrativo do nosso país, é sua enorme capacidade de plantio.

Celulose provém de fazendas de árvores plantadas

Como a matéria-prima da celulose provém de fazendas de árvores plantadas, não quer dizer que isso não represente um problema, pois o desmatamento de mata nativa para dar lugar a esse plantio, gera uma grande perda para as espécies nativas da nossa flora.

Estas espécies possuem um crescimento lento, e na nossa biodiversidade, tanto na fauna, quanto na flora, uma vez que as nativas perdem sua fonte de alimento e habitat natural com a introdução desta monocultura.

Com a demanda cada vez mais alta, essa conta não fecha, cada vez mais e mais área são desmatadas para dar lugar a essas fazendas.

Pude acompanhar de perto os processos de fabricação de papel e celulose, e vivenciar o dia a dia de uma fábrica, aplicar novas tecnologias e metodologia aos processos.

Posso dizer que existem novos meios tecnológicos para reduzir os impactos ao meio ambiente que vão além da implementação de caldeiras de recuperação, responsável por recuperar e reutilizar produtos químicos e gases de combustão.

Celulose
Para cada tonelada de papel e celulose produzida, são necessárias duas toneladas de madeira,15 árvores, de 44 a 100 mil litros de água, de 5 a 7,6 mil KW de energia.

Isso serve para gerar vapor e energia para o processo de produção, das cadeiras de biomassa, que queimam os resíduos e sobras da madeira de florestas plantadas, gerando vapor para alimentar turbogeradores que produzem energia para se auto sustentarem eletricamente.

Alimentam também precipitadores eletrostáticos instalados nas chaminés para captarem as partículas sólidas que antes eram liberadas no meio ambiente, porém nada disso impede números como os abaixo:

Para cada tonelada de papel produzida, são necessárias duas toneladas de madeira,15 árvores, de 44 a 100 mil litros de água, de 5 a 7,6 mil KW de energia, que geram resíduos, 18 kg de poluentes orgânicos descartados nos efluentes, 88 kg de resíduos sólidos (de difícil degradação, como lama de carbonato, rejeito de fibras e lodo primário) que e causam grandes impactos se não forem tratados corretamente.

O consumo médio de água é de aproximadamente 60 m3/tsa (metro cúbico por tonelada de celulose seca ao ar) e este volume que entra no processo não devolvido nas mesmas condições, pois a água que entra se transforma em um aglomerado de substâncias sólidas e líquidas com uma grande carga de agentes químicos.

Assim, a questão ambiental no setor não é preocupante apenas pela grande dependência de recursos naturais, como fibras vegetais, energia e água, mas também por ser um grande gerador de resíduos.

Entre eles estão: dióxidos de enxofre, óxidos de nitrogênio, material particulado e compostos orgânicos tóxicos (cloro e sulfetos de hidrogênio). Por fim, a otimização do processo e a busca por fontes de energia mais limpas são outras opções de extrema importância para garantir maior sustentabilidade na produção.

Acredito que aplicando metodologias de padronização operacional e manutenção, revendo desvios no processo operacional, podemos garantir menores perdas por fenômenos produtivos indesejados, aumentar a eficiência energética com implementação de novas tecnologias sustentáveis e diminuindo os gastos com correções e reparos não planejados.

Celulose* Artigo do especialista em equipamento de controle de poluentes, eletrotécnica e meio ambiente Fabrício Palmeira.

Compartilhe esse artigo!

Gostou desse artigo? Comente!

Quer divulgar o seu negócio aqui?
Chame no WhatsApp!