Há 2.500 anos, Confúcio já dizia que o perigo surge quando o homem se sente seguro de sua posição. Isso vale até hoje e valerá pelos próximos séculos. O maior engano cometido pela maioria dos empresários é achar que o cenário em que vive seu negócio é estável e estático. Ledo engano. Enquanto eles curtem a felicidade momentânea, se esquecem de observar o que está acontecendo no mundo, e aí são pegos de surpresa.
Pode parecer um clichê barato, mas só o que há de constante mesmo são as mudanças. Enquanto você curte a fugaz felicidade do sucesso aparente de seu negócio, alguém, em algum lugar do mundo, está trabalhando para tornar obsoleta a sua empresa e seus produtos e serviços. O ambiente conspira para tirar a sua empresa do mercado. Sem má intenção. Essa é a inexorável regra do jogo. Quando menos se espera, o tsunami bate na sua soleira e arrasa seu empreendimento. A atitude empreendedora é o que pode salvar seu negócio e fazê-lo sobreviver.
Ter atitude requer autoconfiança. Ela pressupõe conhecer o negócio em profundidade para identificar seus potenciais riscos e ganhos. Ter conhecimento destes gera entendimento da linguagem básica dos negócios: finanças e contabilidade. A atitude empreendedora permite que você perceba o risco e te faz enxergar oportunidades onde outros veem ameaças. Em uma empresa de pequeno ou médio porte, isso é mais facilmente realizável do que em uma empresa tradicional e de maior porte.
Alterar a cultura conservadora em uma empresa tradicional é uma tarefa que exige muito esforço para escolher os caminhos mais apropriados e muito equilíbrio para lidar com as tensões e expectativas internas. Isso porque as empresas ditas tradicionais ainda não se convenceram de que os seus colaboradores são as pessoas que melhor entendem de seus processos e produtos e podem contribuir para soluções mais eficazes e inovações em processos de negócio, produtos e serviços. Esse processo, em qualquer empresa, se inicia pela atitude empreendedora, que vai determinar a mudança da cultura institucional rumo à inovação.
Certamente, uma organização muito conservadora não conseguirá implantar a inovação como estratégia a curto prazo. A inovação requer um ambiente favorável, onde os dirigentes estimulem colaboradores a pensar e fazer diferente, a considerar os riscos e mitigá-los, a investir tempo e dinheiro na construção de novos processos, produtos e serviços que muitas vezes podem modificar radicalmente o atual modelo de negócio da empresa. Inovar implica em apostar nas transformações que podem tornar os negócios atuais obsoletos, mas criando novos produtos e serviços que atendam a demanda e necessidades dos clientes e estejam sintonizados com as mudanças da sociedade.
Sem atitude para motivar colaboradores a trazer algum grau de transformação para seus processos de negócio, é praticamente impossível que uma organização tradicional consiga efetivamente incorporar a inovação como estratégia para aumentar sua competitividade.
Atitude, portanto, é o primeiro passo. Falaremos no próximo artigo sobre os passos a seguir.