Em tudo, há sempre dois lados. Ter medo não é diferente. O lado positivo é que ele nos alerta nos momentos de perigo; sentir-se inseguro é normal em situações novas e até pode nos ajudar a conter a impulsividade e, assim, agirmos com mais cuidado. Mas tão pouco pode nos paralisar de seguir em frente. Quem se assusta demais com a possibilidade de falhar prefere não tentar. Se assustar com a ideia de poder falhar e deixar que ela se torne frequente e intensa dentro de você pode te impedir de seguir até quando todas as condições estão a seu favor.
Algumas situações podem ser favoráveis a que não enfrentemos este sentimento e lutemos a nosso favor. Seja por não se sentir capaz de avaliar as consequências de tomar uma decisão e acabarmos fazendo uma leitura pessimista dos acontecimentos, temendo não conseguir reverter os danos que essa iniciativa poderia provocar ou mesmo quando vivemos em função do alto desempenho, não nos permitindo enxergar que até o erro tem seus pontos positivos, ou a cegueira emocional das crenças que construímos ao longo de nosso caminho que nos impedem de considerar as coisas que fogem do controle e da previsão e aprender a conviver com elas.
No ambiente corporativo, é a mesma coisa. O medo de errar, quando em excesso, pode impactar o crescimento profissional, já que as muitas demandas exigem dinamismo e rápidas tomadas de decisões. Se há insegurança, adiamos as decisões porque queremos sempre ter certeza absoluta do que deve ser feito e isso acaba gerando consequências de perda de prazo ou, até mesmo, agravamento de uma situação interna de crise, por exemplo.
Nossos pensamentos poluem nossos sentimentos e determinam nossas ações. Muitas vezes, o medo gerado pela falsa ideia de que precisamos obter sucesso sempre em tudo que fazemos e, se não obtivermos, não teremos mais aceitação positiva do outro, é na realidade uma expectativa mensurada pela nossa própria exigência.
Então, vamos lá… poucos erros são fatais. Na maioria dos casos, bastaria reconhecermos onde falhamos e aprendermos com eles. Que tal se após algum processo nos questionarmos sobre o que faríamos se pudéssemos voltar no tempo? É um ótimo exercício. Pegue uma folha de papel e escreva. Observe o que você escreveu. Veja se seria capaz de fazer hoje de forma diferente e o que faltaria fazer para que não recaísse no mesmo erro.
Parte do aprendizado para evoluirmos neste sentido vem do desenvolvimento do autoconhecimento. Se soubermos como somos, o que queremos e o que nos incomoda, fica mais fácil desenvolver nossa autoestima e entrar de cabeça, conhecendo e administrando as perdas e ganhos no processo.
Errar é humano. Faz parte da vida. Pergunte-se. Questione-se sobre todas as possibilidades e aprenda com os erros. Somos construídos a partir deles também. Nossa essência é única, mas nossas experiências positivas ou negativas são responsáveis pelo que nos tornamos.
Se pensarmos em oportunidades perdidas no passado como estímulos para o agir diferente no futuro, nos fortaleceremos. Se questionarmos por que erramos antes e o que faríamos hoje que já nos conhecemos melhor e sabemos o que nos faz feliz, ficaremos mais leves. Pensar no erro com gratidão e oportunidade de aprendizagem. Analise, questione-se. Você já sabe o que precisa ser feito diferente. E a partir daí, entrar em uma zona saudável de conforto e aumentar as chances de ousar e ter sucesso.
Na maioria das vezes, perdoamos quem nos magoou, pedimos perdão quando magoamos alguém e seguimos sem nos perdoar. Por que ser intolerante com o seu fracasso e não aceitar os limites da pessoa que você se tornou? Pense nisso.