O aumento da população idosa está cada vez mais sendo divulgado nos meios de comunicação. No entanto, cabe ressaltar que o preparo da sociedade não consiste apenas em estabelecer as políticas públicas necessárias, mas também envolve modificar as ideias sobre a velhice. Mais do que temer o que está previsto demograficamente, é preciso que o conceito de velhice seja reformulado.
Com a sociedade cada vez mais tecnológica e competitiva, o ritmo da população torna-se acelerado, o que leva os jovens a detonarem o idoso. Foi feita a pergunta para um jovem se ele sabia que muitos idosos morrem na faixa de pedestres. A surpreendente resposta foi: é porque ele é lento. Bem, ele é lento ou ele está no momento de caminhar mais devagar já que sua marcha tornou-se mais lenta?
Que valor estamos ensinando às novas gerações? A corrida para o sucesso, a globalização e o individualismo estão impedindo a coerência. Dias atrás, encontrei uma moradora do meu condomínio à espera do elevador. Ao abrir a porta do elevador, veio um senhor e ela resmungou: ainda vou ter que esperar gente lenta!
Eis o dilema do século: ser produtivo e também continuar existindo como um ser equilibrado e consciente dos valores éticos e sociais. A população está envelhecendo e não estamos cuidando dos nossos velhos e do nosso futuro, afinal, seremos eles amanhã. O tempo passa e podemos não construir relações humanas favoráveis, que nos fazem bem e nos aquecem de forma afetuosa e benéfica ao nosso sentido de existir.