A segurança de verdade é a condição de estar protegido contra danos ou ameaças. Esta é baseada em medidas objetivas, como a implementação de sistemas de segurança, a adoção de procedimentos de segurança e até mesmo aulas de Kombato (que é uma ciência da proteção e autodefesa).
A sensação de segurança, por outro lado, é a percepção de que se está protegido. Ela é baseada em fatores subjetivos, como a experiência pessoal, as crenças e os valores individuais.
A diferença entre as duas é que a segurança de verdade é uma condição real, enquanto a sensação de segurança é uma percepção. A primeira pode ser medida e verificada, enquanto a segunda é subjetiva e pode variar de pessoa para pessoa.
Uma pessoa pode se sentir segura mesmo que o bairro onde mora não seja realmente seguro, porque ela acredita que a taxa de criminalidade é baixa, se baseando no que vê nas redes sociais ou televisão. “Se meu bairro não aparece na lista de crimes da TV, é porque é seguro”. É uma premissa bastante falsa.
É importante lembrar que a sensação de segurança não é necessariamente a verdade. É preciso tomar medidas para garantir a segurança, para que as pessoas possam se sentir seguras de verdade. O primeiro passo é saber onde estão os riscos.
A grande maioria das pessoas se alimenta de informações pelos jornais televisivos ou pelas redes sociais. As imagens que lá passam podem criar imagens ilusórias na mente de quem assiste. Muitas pessoas têm a ilusão de que todas as cidades do interior são tranquilas, porque raramente aparecem na TV. Mas isso é longe da verdade.
É preciso sempre estar atento às notícias e verificar os fatores de segurança que envolvem os bairros, o que influencia até mesmo na compra de uma casa. A pessoa que tiver realmente interesse em compreender melhor todos os aspectos de segurança para poder oferecer uma melhor segurança para sua família, precisa entender este conceito além de outros. A verdadeira segurança não é o que se vê, mas sim os números, que devem ser estudados por um especialista. Não se engane com notícias não fundamentadas em números!
Como especialista em Ciência da proteção, participei da equipe de instrutores do GSI que treina os profissionais de segurança que protegem os últimos quatro presidentes do Brasil, especialmente por mim. E afirmo que a busca pela segurança real exige uma abordagem pragmática e contínua, que vai além das aparências.
A sensação de segurança pode nos sorrir momentaneamente, mas a segurança autêntica é uma Alicerce sólida que nos protege nos momentos mais solicitados. Portanto, é crucial distinguir entre as duas e buscar equilibrar a sensação de segurança com ações concretas que garantem nossa proteção a longo prazo.
* Artigo do colunista Paulo Albuquerque, especialista em defesa pessoal, segurança e Mestre Kombato (@mestre.kombato).