Buscar enriquecer cognitivamente o ambiente da criança é um importante passo para estimular o desenvolvimento de seu potencial. Entretanto, é preciso ter atenção. Embora a exposição precoce às mídias contribua para a melhor formação neural que está na base da construção dos elementos cognitivos, a superexposição pode gerar estresse ou deficit no amadurecimento social.
Ao verificarmos que, na fase de 3 a 5 anos a criança tem maior propensão a ganho de aprendizagem em interação social, deveríamos estar atentos ao fato de que não é um bom período para expô-las às mídias que valorizam o isolamento, pois podem perder um estágio importante de ganho social.
A plasticidade no processo de aprendizagem, acompanhada dos estímulos adequados a cada período crítico, pode resultar no processamento de eficaz e integrativa pela memória de trabalho, favorecendo e contribuindo com as diferentes inteligências. Assim, as mídias podem ser usadas como ferramentas de estimulação da ampliação e reconstrução de novos caminhos neurais, tornando interligadas áreas do cérebro relacionadas a distintas competências ou conjuntos de habilidades.
O LÚDICO
Piaget atribuiu ao jogo um papel essencial para o desenvolvimento infantil. Ele estabelece o entendimento de que as atividades desenvolvidas pelo ser humano, em seu processo de desenvolvimento, podem ser compreendidas com o jogo e classificados em três tipos:
• Jogo de exercício
• Jogo simbólico
• Jogo de regra
Os jogos de exercícios são atividades funcionais que têm origem na capacidade reflexa, com a qual o ser humano nasce. São todas as atividades que a criança realiza para tomar posse de si mesma na relação com o mundo. Tais quais: mexer braços, pernas, imitar os sons, pegar, soltar, puxar, empurrar, rolar, se arrastar, engatinhar, levar os objetos na boca etc.
Até os dois anos, predominam esses jogos na atividade da criança. Segundo Piaget, é o período de nossas vidas onde predomina a acomodação, visto que as crianças imitam o que os outros fazem, especialmente os adultos, ou seja, é um período mais voltado para a aprender tudo que o cerca.
Aos seis anos de idade, dedicam-se aos jogos simbólicos. É a fase que Piaget denomina de pré-operatória. Nesse período, predomina a assimilação. São jogos de fantasia, em que as crianças gostam muito de brincar de “faz de conta”.
Já os jogos de regra vão prevalecer a partir dos sete anos, período denominado inicialmente de operatório concreto que vai dos sete aos doze anos, e depois operatório formal, a partir dos doze anos de idade. É posse da aproximação da realidade.
A ludicidade, quando dialoga com o processo de ensino e aprendizado, proporciona mecanismos fundamentais para desenvolver a linguagem, atenção, a percepção, a criatividade e a motricidade, contribuindo com estruturas emocionais, cognitivas e sociais do aluno.