Com o aumento da temperatura trazido pela primavera, algumas doenças virais tendem a aumentar a sua incidência, como a caxumba, catapora, rubéola e o sarampo. Estas doenças têm um pico de incidência justamente nesta época do ano, e todas podem ser evitadas por vacinação.
Hoje, abordaremos a catapora ou varicela. É uma doença viral altamente contagiosa, de transmissão oral, pela tosse ou por contato direto com o líquido das bolhas, causada por um vírus, o Varicellavzoster, também conhecida como sarampinho, alastrim ou varicela. A doença tem um período de incubação, no qual o indivíduo já está doente mas sem sintomas, e está transmitindo vírus, em torno de duas semanas. Após este período, aparece febre moderada de até 39 graus, e por volta do terceiro dia de febre aparecem bolhas por todo o corpo, até mesmo dentro da boca e na região genital, que coçam muito, e quando estouram liberam um líquido transparente e sem cheiro. Este líquido é lotado de vírus ativos e altamente contaminante, e pode ser passado por uso comum de vestimentas, toalhas, ou mesmo contato íntimo entre pessoas. Como estas bolhas coçam muito, é comum que a unha do indivíduo leve bactérias para as bolhas, sendo a infecção destas bolhas a complicação mais frequente. Mesmo quando não há infecção, a varicela pode deixar marcas definitivas na pele, em especial na face. Também é uma doença que se cura espontaneamente em torno de 10 a 15 dias se não ocorrerem complicações. A Varicela é contagiosa até a resolução da última lesão, devendo o indivíduo contaminado permanecer em isolamento até a cicatrização da última lesão que pode durar mais de um mês.
Ela foi chamada de varicela por apresentar bolhas, em semelhança à varíola, que encontra-se erradicada no mundo, porém com um menor índice de complicações. É extremamente contagiosa, e o contato com gestantes pode levar a abortos e má formação no feto.
De caráter bem mais benigno que o sarampo, suas complicações mais severas ocorrem em pessoas com o sistema imune deficiente, e podem incluir inflamação das meninges (meningites), surdez, má formação no feto, levando a abortos, ou crianças que nascem de mães que se contaminaram durante a gravidez com o vírus da varicela, assim como a ocorrência de uma forma potencialmente fatal de catapora, a varicela hemorrágica, na qual as bolhas são cheias de sangue ao invés do líquido transparente. Porém, a complicação mais temida da catapora vem a longo prazo, que é o herpes zoster. Só ocorre em quem já teve a catapora na infância e seria uma reativação do vírus que fica escondido nas raízes nervosas e voltam como uma inflamação localizada na pele, o cobreiro, com intensa dor e queimação local por conta da inflamação do nervo. Diversos nervos, inclusive os nervos cranianos e o cérebro, podem se inflamar tardiamente, com potencial risco de vida.
Recomenda-se a vacinação para catapora na infância com reforço na adolescência, e em todos os indivíduos acima de 50 anos, recomenda-se a vacina para herpes zoster. Ambas as vacinas contêm o mesmo vírus, porém a de herpes zoster tem uma concentração muito maior.
Não existe nenhuma outra forma de prevenção desta doença com alto potencial de complicação neurológica, que não seja a vacinação. Recomenda-se o reforço da vacina tríplice viral dos 13 aos 19 anos e a vacinação em todos os adultos acima de 60 anos, e naqueles que vão ser submetidos a tratamentos que irão mexer com a imunidade, mesmo que não tenham 60 anos.
Vacine-se. Não permita que a catapora deixe marcas no lindo rostinho do seu bebê! Previna-se! Vacine-se! Para não complicar, é só vacinar!
Por Dra. Selma Merenlender CRM 52-48425-2
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