A adaptação escolar é um processo que pode variar de criança para criança, dependendo da idade, da personalidade e das experiências anteriores. O tempo de adaptação varia de acordo com a criança e o ambiente escolar, mas, geralmente, leva entre duas semanas e três meses.
Alguns fatores que podem influenciar nessa duração são: a idade da criança (bebês e crianças pequenas podem levar mais tempo), se já frequentaram outras instituições ou se é a primeira vez na escola, a forma como a escola conduz o processo de adaptação (gradual ou mais direto) e a personalidade da criança (mais extrovertida ou mais reservada).
O choro é uma ocorrência natural ao novo e pode durar de alguns dias a algumas semanas. Geralmente, o pico de choro acontece na primeira semana e vai parando, gradativamente. Mas, se o choro for muito intenso, por mais de um mês, e a criança demonstrar sinais de sofrimento extremo (como recusa total em comer, distúrbios do sono ou resistência a qualquer menção à escola), pode ser necessário avaliar a situação com a escola e, se necessário, a ajuda de um especialista.
A adaptação escolar é um processo que pode variar
A maneira como os adultos reagem à adaptação influenciam muito a segurança emocional da criança. Algumas estratégias incluem:
• Demonstrar tranquilidade e confiança: as crianças percebem a insegurança dos pais. Se os responsáveis tiverem confiança na escolha da escola, a criança tende a se sentir mais segura.
• Criar uma despedida breve e segura: evitar prolongar o momento da separação e despedir-se de forma amorosa, mas firme, ajuda a criança a entender que é seguro ficar na escola.
• Manter uma rotina previsível: ter horários regulares para acordar, se alimentar e dormir facilitam a adaptação.
• Validar os sentimentos da criança: frases como “Eu entendo que você está triste, mas logo você vai se acostumar e se divertir muito”, ajudam a criança a se sentir compreendida.
• Evitar “fugir” sem se despedir: isso pode gerar insegurança e medo de abandono.
• Conversar sobre a escola de forma positiva: perguntar o que foi mais legal no dia e mostrar interesse pelas atividades reforçam a associação positiva com o ambiente escolar.
Cada criança tem seu próprio ritmo.
Paciência e acolhimento são essenciais para que a adaptação aconteça de forma saudável. Se necessário, conversar com os professores e a equipe pedagógica pode trazer insights e estratégias mais personalizadas para cada caso.
* Por Daniela Barreto de Oliveira Ferreira
Mestre em Educação, Pedagoga, Neuropsicopedagoga, Psicopedagoga, Neuroterapeuta, Especialista em Neurociência e Análise do Comportamento Aplicada (ABA), CEO do Instituto Neuroestar, do Consultório Cognitivo e criadora do Neuroestarcast.