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A nova receita para o bem-estar: trilhas, museus e viagens com propósito

Caminhadas em parques, visitas a museus e até viagens cuidadosamente planejadas estão, cada vez mais, sendo recomendadas como parte de um novo protocolo de cuidado emocional. Em países como Reino Unido e Canadá, essa abordagem já é reconhecida por instituições públicas de saúde. No Brasil, a prática ainda é emergente, mas cresce o número de profissionais da saúde que sugerem pausas intencionais como forma de aliviar o estresse, a ansiedade e até sintomas de depressão leve.

O conceito tem nome: prescrição social verde e cultural. No Reino Unido, o programa Green Social Prescribing já faz parte do NHS (Sistema Nacional de Saúde). Lá, médicos encaminham pacientes para atividades como jardinagem comunitária, trilhas em áreas verdes e voluntariado em ações ambientais. No Canadá, a iniciativa PaRx permite que médicos prescrevam visitas aos parques nacionais como parte do tratamento para distúrbios emocionais e quadros de burnout.

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Além da natureza, a cultura também está no centro dessa virada terapêutica. Aulas de dança, teatro, oficinas artísticas, passeios guiados por centros históricos e exposições de arte passaram a ser incluídos em estratégias de autocuidado emocional e prevenção de transtornos mentais. Estudos internacionais mostram que esse tipo de experiência ativa o sistema nervoso parassimpático, reduz a produção de cortisol e melhora o humor, a criatividade e o senso de pertencimento.

É nesse contexto que se destaca o trabalho de Wania Camelo, travel designer com mais de uma década de experiência em turismo de experiências e bem-estar emocional. Especializada em desenhar jornadas com foco em equilíbrio interior, ela é uma das pioneiras no Brasil a atuar com viagens que combinam descanso, cultura, natureza e intencionalidade como recurso complementar de saúde emocional.
“As pessoas não querem mais apenas viajar. Elas querem se sentir vivas, em paz, presentes. Meu papel é transformar essa necessidade em uma experiência que traga leveza e significado”, afirma Wania.

Seus roteiros incluem trilhas conscientes, visitas a cidades artísticas, vivências culturais, momentos de solitude e atividades como meditação, escrita reflexiva e rodas de conversa. Cada viagem é construída com base no estado emocional do viajante, e muitas vezes com suporte de profissionais de saúde mental.

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Wania também estabelece parcerias com profissionais da saúde mental, colaborando na criação de experiências seguras, acolhedoras e alinhadas às necessidades emocionais de cada viajante. Sua atuação atravessa fronteiras entre turismo e saúde, e seu nome já circula como referência entre mulheres que buscam experiências de transformação real – aquelas que acolhem, sustentam e inspiram novos começos.
O reconhecimento de seu trabalho também vem da crescente procura por esse tipo de serviço no Brasil. Com um público majoritariamente feminino e adulto, Wania desenvolveu uma metodologia própria para traduzir dores emocionais – como esgotamento, ansiedade ou sensação de vazio – em roteiros com propósito. Os relatos de viajantes atendidos por ela apontam melhora na qualidade do sono, redução da sobrecarga mental e maior clareza para tomada de decisões.

“Antes de sugerir um destino, eu escuto. Pergunto o que está doendo, o que está pedindo pausa. A partir disso, crio uma jornada que não vai substituir a terapia, mas pode ajudar muito no processo de cura emocional”, explica.

No Brasil, um terreno fértil para a proposta
Apesar de ainda não existir uma política pública estruturada de prescrição social verde no país, os indicadores revelam a urgência da pauta. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, o Brasil é o país com a maior taxa de transtornos de ansiedade no mundo: 9,3% da população sofre com o problema. Além disso, 5,8% enfrentam quadros de depressão, número que tende a crescer diante do estilo de vida hiperconectado das grandes cidades.

Nesse cenário, iniciativas ligadas ao turismo, cultura e bem-estar têm despontado como alternativas complementares ao tratamento emocional. Profissionais da saúde mental vêm incorporando a recomendação de pausas estruturadas – que envolvem desde o contato com a natureza até viagens desenhadas com intencionalidade.

Quando a viagem vira cuidado
A nova geração de pacientes – especialmente mulheres e jovens adultos – tem buscado formas mais integradas de cuidar da saúde mental. Isso inclui terapias tradicionais, mas também pausas significativas, experiências imersivas e reconexão com o corpo, o tempo e o entorno.

Experiências em ambientes naturais têm mostrado efeitos positivos na regulação emocional. A presença em florestas, montanhas ou vilarejos tranquilos induz o sistema nervoso a sair do estado de alerta e entrar em um ritmo mais equilibrado. Atividades culturais, por sua vez, estimulam áreas do cérebro ligadas à criatividade, à empatia e à memória afetiva.

Para Wania Camelo, esse é o futuro do turismo: um turismo mais humano, sensível e transformador. Suas viagens são criadas não para escapar da realidade, mas para enfrentá-la com mais leveza e consciência.

“Não se trata de viajar para fugir, mas para se escutar. A viagem certa, no momento certo, pode ser tão potente quanto uma sessão de terapia. É isso que tenho vivido com meus clientes – e é por isso que acredito tanto nessa proposta”, conclui.

 

Para mais informações:  Wania Camelo | Travel Designer  Instagram: @wania.camelo

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