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Ballet cresce na região e já deixa legados

Alicia Lopes e Stanislav Issaev - Kirov
Alicia Lopes e Stanislav Issaev, ambos da Kirov, buscam talentos na dança | Foto: Gabriela Martins

O ballet russo, seu método e seu prestígio são muito conhecidos no Brasil. Tanto que muitos bailarinos daqui almejam estar minimamente próximos às academias de lá. Matando um pouco esse desejo e trazendo ao país a excelência do ensino oferecido na Rússia, a La Danse, no Recreio, ofereceu audições para a escola Kirov Academy of Ballet, com sede nos Estados Unidos.

Segundo Adriana Vianna, uma das diretoras da La Danse, tudo começou com um sonho. “Tínhamos esse sonho de começar uma parceria com uma escola renomada, pensando em aumentar a acessibilidade dos alunos brasileiros aos métodos oferecidos por escolas tradicionais do exterior. Entramos em contato com a Kirov na unidade em Washington, da qual recebemos um excelente tratamento e grande disponibilidade. Hoje o sonho está se realizando”, declara Adriana.

Para a audição, a escola do Recreio recebeu o renomado ex-bailarino e professor da Kirov, Stanislav Issaev, que citou o interesse nos brasileiros e destacou sua característica disciplina.

Além dos testes de acesso à escola russa, o professor ministrou ainda uma aula especial para os professores sobre o Método Vaganova, usado na Kirov.

Primeira bailarina do Municipal destaca o crescente movimento artístico no Bairro

 

Claudia Mota credito Ricardo Mattienso
Claudia Mota, primeira bailarina do Theatro Municipal | Foto: Ricardo Mattienso

 

Claudia Mota, primeira bailarina do Theatro Municipal do Rio, é a personagem principal de duas grandes obras que abrem a temporada no clássico espaço artístico da cidade. Aproveitamos esse momento com a artista para descobrir um pouco mais sobre sua carreira e seus planos. Confira:

 

– Como foi sua caminhada até aqui?

Aos 8 anos, prestei exame pra Escola Estadual de Danças Maria Olenewa, a escola oficial do Theatro Municipal do RJ. Aos 14 anos, comecei a estagiar no corpo de baile e, aos 16, me formei. Logo em seguida, fui para Europa prestar audições para companhias e, na primeira que fiz, Ópera D’Avignon, fui aprovada. Na época, ainda com 16 anos, não poderia ter visto de trabalho e não pude ficar. Aos 17 anos, fui trabalhar em Cuba, depois de receber das mãos do Maitre Fernando Alonso o Diploma de Excelência em Técnica Cubana, recebi um contrato para o Ballet de Camagüey, o qual ele dirigia. Aos 20 anos, prestei audição para o Corpo de Baile do TMRJ e fui aprovada com a nota máxima. No meu segundo ano de companhia, já fui escolhida para fazer papel principal e não parei mais, mas passei por todas as etapas, corpo de baile, solista, primeira-solista até chegar a Primeira Bailarina. Fiz um intercâmbio nos EUA por indicação de Dalal Achcar e Natalia Makarova, nas companhias San Francisco Ballet e American Ballet Theatre. Com isso, vieram os trabalhos fora, galas internacionais e hoje sou reconhecida no meu país e em alguns países da América do Sul pelo meu trabalho, esforço e muita dedicação e disciplina. Nada na minha carreira foi por amizade ou por conta de outros interesses, tudo o que fiz tenho o orgulho de dizer que foram méritos meus.

 

– Tem algum momento divisor de águas na sua carreira?

Protagonizar “Giselle” e “O Lago dos Cisnes” pela primeira vez no mesmo ano. Foi desafiador e apaixonante ao mesmo tempo. São ballets que toda bailarina sonha em fazer e comigo não foi diferente. Realizei isso de uma vez, foi mágico!

 

– Acredita que a Barra e o Recreio também possam exportar grandes bailarinos para o mundo?

Claro que sim. Talento não tem endereço. Acredito que tanto da Barra como do Recreio possam surgir grandes bailarinos sim, porque não? Conheço muitas escolas e academias de dança da região que trabalham com qualidade e disciplina. E isso é o que mais importa pra se tornar um grande profissional.

 

– O que os jovens precisam para se descobrirem nessa arte?

De uma boa orientação de seus professores e vocação. Sem vocação não se vai a lugar nenhum. Às vezes, o bailarino tem talento físico, gosta, mas não tem vocação. E isso é notório em cena. Pode ser aluno, profissional da dança, que, de longe, se nota o talento natural, a vocação para ser um bailarino. Quando o bailarino não tem, não convence.

 

 

 

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