O mercado de trabalho está muito competitivo e, por isso, carece de mão de obra qualificada. Engana-se quem reproduz o comentário de que há mais empregos ou que o mercado absorve qualquer um. Todos os dias, várias pessoas vão às ruas a procura de novas vagas no mercado de trabalho, sejam elas formais ou informais, mas esperam ser avaliadas no quesito profissional e esquecem que o pessoal não tem como se afastar. O relacionamento interpessoal hoje nas empresas tem grande valor para as promoções de cargo ou, até mesmo, aumento de salário. Desenvolvidos pela ideia da primeira impressão é a que fica, estudiosos calculam que essa imagem é fixada nos três primeiros segundos de contato com a outra parte e, num processo seletivo, alguns pontos são fundamentais para um bom olhar do RH observador. Sabendo disso, separei algumas dicas para não cometer uma gafe na hora da entrevista do novo emprego e ficar bem na fita. São elas:
– Seja você, não crie um personagem: Numa entrevista, o RH observador procura por qualidades (pessoais e profissionais) que façam o pretendente enquadrar nas solicitações do cargo. Simpatia, educação, pontualidade e objetividade são fundamentais na hora da entrevista de emprego. Ninguém deixa a porção pessoal em casa e leva apenas o quantitativo profissional quando vai trabalhar. É necessário que haja um discernimento nos ambientes e que não leve os problemas pessoais a influenciar o ambiente profissional, mas humanizar o profissional é um bom exercício para o relacionamento interpessoal. Muito dessa escolha parte da imagem que você passa para o entrevistador na hora da entrevista. Nem sempre o quadro é completado por pessoas que são extremamente qualificadas, às vezes, agregam a oportunidade para aqueles que têm vontade de aprender e crescer, além de aparentar um bom relacionamento nas experiências anteriores.
– Simpatia é diferente de liberdade: Certa vez, enquanto explicava a proposta e as etapas do processo dentro de uma triagem com mais de 50 pessoas, um senhor, aparentemente tinha uns cinquenta anos, levantou o braço para uma colocação utilizando a seguinte frase: “Filhote, esse salário é para todos?”. De repente, a colocação não foi nem para liberdade, mas por expressão coloquial, porém não coube à ocasião. A formalidade é fundamental na apresentação ou poderá perder uma oportunidade por não saber se comunicar ou poderá ser mal interpretado por todos que estão participando do processo, inclusive o RH avaliador, que poderá lhe retirar do processo por comportamento. A intimidade e gírias são reservados para momentos com amigos e família, salvo algumas exceções. Em processo seletivo seja profissional sempre.
– Esteja informado e atento a tudo e todos, principalmente sobre o cargo, o ramo, as atividades a serem desenvolvidas e sobre a empresa na qual está se candidatando, pra que não seja surpreendido com uma oportunidade na qual não tem interesse ou que não lhe agrade. Em muitos processos seletivos, a entrevista inicial é para mostrar a oportunidade e conhecer um pouco do candidato, seus interesses, valores e, principalmente, o real interesse na oportunidade ou empresa logo, quanto mais informação tiver, melhor para ter um olhar diferenciado do RH. Buscar informações da empresa na internet e conversar com funcionários, quando há oportunidade, pode garantir mais propriedades às informações.
– A pontualidade é fundamental: Nem antes e nem depois. Horários são estabelecidos como metas pessoais e contribuem para um bom desenvolvimento pessoal e saber respeitá-los é o mínimo que se espera do novo candidato à vaga. Hoje, um dos maiores problemas sociais que temos é a mobilidade urbana e o tempo que perdemos no trajeto para o trabalho. Cientistas calculam que perdemos cerca de 15% de um ano no trânsito logo, a escolha por um trabalho mais próximo de casa pode garantir uma melhor qualidade de vida e garantia social.
– Mentir qualificações ou conhecimentos: Nunca é favorável, pois a verdade sempre aparece e esta atrapalhará na contratação. Sempre que estiver participando de uma entrevista seja verdadeiro e demonstre suas habilidades correlacionando com as atividades a serem desenvolvidas na empresa. Evite o desperdício de tempo ou a vergonha de inventar funções ou atividades que não desempenhava. Mais cedo ou mais tarde será descoberto. Veja um exemplo: Certa vez, uma candidata participou de um processo para secretária bilíngue de um grupo americano.. fantasiando outras informações no seu currículo. Passou nas provas, na dinâmica em grupo e quando chegou à entrevista com o gestor da vaga que era toda em inglês não foi aprovada. Isso só descartou a possibilidade de uma contratação, não só na empresa, mas também de outras possibilidades na própria consultoria. O mercado de trabalho é cíclico e há comunicação entre as consultorias e empresas. Então pense sempre antes de agir de má fé. Nem sempre essas atitudes são bem interpretadas.
– Boa aparência é fundamental e contribui para um olhar diferenciado. Não que os mais bonitos serão contratados antes, mas eles terão um ponto a seu favor, pode ter certeza. Sem exageros, é claro! No mercado de trabalho, seja em qualquer empresa a formalidade sempre é bem-vinda e, principalmente, evita dupla interpretação principalmente para o funcionário. Quem nunca escutou falar que a primeira impressão é a que fica? Quase isso, é necessário que tenha uma postura e, principalmente, a vestimenta ajuda na construção dessa postura. Evitar decotes, bonés, bermudas, roupa curtas, regatas, chinelos, óculos escuros.. Ajuda na aparência. Nem todas as roupas convêm para o ambiente de trabalho. Lembre-se o que deve estar em foco é o profissionalismo e não a roupa. Isso já é um bom passo para se construir o bom senso ou senso crítico. Outra dica que costumo falar é que, usamos certas combinações quando vamos à praia, ao shopping, ao velório.. Precisamos escolher um estilo para o ambiente de trabalho. Os advogados convencionaram o uso de terno para suas atividades, são raros os que não utilizam no ambiente de trabalho, porém qualquer exceção à regra sempre não está fora do padrão da formalidade; segundo eles, a roupa consegue transmitir o primeiro impacto, antes mesmo da apresentação.
– Seja objetivo e otimista evitando falar de experiências que não condizem com a área em questão. Falar mal do antigo emprego é dar um tiro no pé, pois um dia falará da futura empresa e depõe contra si, pois acaba convencionando ao candidato a ideia de imaturidade, uma vez que o mesmo não saiba superar seus problemas ou desafios. No mais, sempre que o RH entrevistador questionar o motivo pelo qual você saiu do emprego anterior, não é para se interar sobre os problemas internos e sim para desenvolver atuações e relacionamentos. Na lógica, uma vez que fale mal do emprego anterior, logo falará do atual. De fato, as dicas podem ser aplicadas como observações, mas nunca como construção de personalidade ou comportamental, pois não conseguem sustentar por muito tempo. Seja você e aproveite para celebrar as conquistas e rever os valores, sempre passado alguma etapa. Agindo assim, com certeza terá um olhar diferenciado do mercado e do mundo e os mesmos terão de você.